Investing.com – O mercado reagiu de forma positiva ao balanço do Grupo Casas Bahia (BVMF:BHIA3), que contabilizou lucro no segundo trimestre mesmo em meio a dificuldades enfrentadas pelo setor varejista. A companhia registrou um lucro líquido de R$37 milhões no período, revertendo assim prejuízo de R$492 milhões apurado um ano antes.
A percepção de analistas é de que o resultado segue fraco, mas apresenta melhorias, em meio ao processo de reestruturação da companhia. Às 11h35 (de Brasília), os papéis disparavam 19,91%, a R$5,12.
“Temos uma entrada não recorrente de R$ 637 milhões no resultado financeiro. Sem ela, teríamos mais um prejuízo milionário”, destacou Pedro Accorsi, da Benndorf Research, na plataforma de rede social X.
A XP (BVMF:XPBR31) considerou o balanço como fraco, mas com tendências melhores. “A reestruturação continua a prejudicar o crescimento da receita e os resultados financeiros a pressionar o lucro, mas a rentabilidade está melhorando”, apontaram os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer.
Os analistas elogiaram as medidas de reestruturação, incluindo a otimização de estoques e mix de produtos, que levaram a melhorias na margem bruta, ainda que a margem Ebitda tenha subido menos diante de desalavancagem operacional.
A XP considera como destaques positivos o início da segunda fase da reestruturação, com foco em investimentos selecionados nas categorias principais. Além disso, “o SSS do varejo físico melhorou sequencialmente ao longo do trimestre, atingindo um dígito alto em julho; e o ajuste dos estoques está praticamente concluído, atingindo a meta da companhia até o final do ano de 2023”, completou a XP, que possui neutro no papel, a R$8 de preço-alvo.
O BTG (BVMF:BPAC11) avaliou os resultados como fracos devido ao cenário competitivo acirrado, em meio à recuperação em andamento, em que a empresa busca revisar suas operações para que produtos menos lucrativos vão ao formato 3P. O GMV total caiu 12% ao ano, enquanto o GMV online recuou 24%, abaixo do esperado pelo banco.
As atenções dos investidores devem ser direcionadas para as pressões na lucratividade e para estrutura de capital, após tendência de enfraquecimento, o que reforça, segundo o BTG, perspectivas desafiadoras para o semestre.
Sobre o plano de reestruturação, o banco lembra que a varejista mira na diminuição das operações, com concentração em categorias mais lucrativas. A empresa já realizou um follow-on de R$602 milhões e anunciou uma recuperação extrajudicial.
A indicação do BTG é neutra, diante de perspectiva competitiva acirrada e forte exposição a eletrônicos e eletrodomésticos, com preço-alvo de R$9.
Panorama da Casas Bahia
A Casas Bahia é negociada com múltiplo de valuation de receita baixo, de acordo com o InvestingPro, plataforma premium do Investing.com. As ações passam por bastante volatilidade, e tiveram baixo desempenho em doze meses, assim como no último mês, de acordo com as Protips, insights de inteligência artificial com base em indicadores fundamentalistas.
A pontuação geral de saúde financeira é de 1,79, abaixo da média de 2,75, ou nota D, com classificação geral justa, de acordo com o InvestingPro.
Os modelos do InvestingPro estimam um preço-justo de R$5,75 para as ações, mas o grau de incerteza dessa projeção é considerado alto. Ao todo, são seis modelos, que calculam entre R$3,28 e R$7,35. O alvo de 9 analistas é mais otimista, a R$7,42.