Cautela com tarifas dos EUA impõe queda do Ibovespa, apesar de alívio na inflação do Brasil

Publicado 07.07.2025, 08:21
Atualizado 07.07.2025, 11:40
© Reuters Cautela com tarifas dos EUA impõe queda do Ibovespa, apesar de alívio na inflação do Brasil

A desvalorização das bolsas em Nova York e do minério de ferro impõe queda ao Ibovespa no início da sessão desta segunda-feira, 7, que realiza parte dos lucros recentes. O indicador iniciou o pregão aos 141.265,20 pontos, nível perto da máxima intradia (141.341,74 pontos, alta de 0,06%), e logo passou a ceder e a renovar mínimas. Às 11h11 caía 0,63%, aos 140.378,52 pontos perto da mínima a 140.3554,94 pontos (-0,64%).

Na volta dos mercados em Wall Street depois do feriado da Independência na sexta-feira, 4, investidores focam em anúncios de acordos tarifários dos Estados Unidos, às vésperas do fim da pausa de tarifas estipulada pelo presidente Donald Trump.

A agenda internacional está esvaziada, mas ganhará força nos próximos dias, com destaque à ata do Federal Reserve (Fed). No Brasil, ficam no foco índices de atividade do varejo e serviços, além do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho.

"O clima nessa abertura é de um pouco mais de cautela. Acredito que houve um certo desconforto com relação às declarações do Trump em relação às tarifas para o Brics. Isso gera uma certa incerteza para o Brasil, como há também expectativa de o presidente americano anunciar acordos tarifários ainda hoje", diz Bruna Sene, analista de renda variável da Rico.

Aqui no Brasil, o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getulio Vargas (FGV) apresentou nesta segunda deflação de 1,80% no mês passado, após ceder 0,85% em maio, acima da mediana negativa de 1,60%.

Já o boletim Focus trouxe que a mediana para a inflação suavizada nos próximos 12 meses continuou em 4,68%, e a para o IPCA de 2025 caiu de 5,20% para 5,18%, acima 0,68 ponto porcentual do teto da meta, de 4,50%.

Porém, o foco são as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O republicano ameaçou os países ligados ao Brics com uma tarifa adicional de importação de 10%. A ameaça de Trump ocorreu durante a Cúpula do Brics no Rio de Janeiro, que termina nesta segunda-feira. Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, se uniram ao bloco como membros permanentes o Irã, a Arábia Saudita, o Egito, a Etiópia e o Emirados Árabes Unidos.

Segundo Felipe Sant’ Anna, especialista em mercado financeiro do grupo Axia, os mercados estão digerindo essa possível tarifa extra de 10% para o Brasil, principalmente porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a sugerir moeda comum do Brics.

Ao mesmo tempo, Trump anunciou que os acordos tarifários com diversos países serão divulgados a partir das 13h (pelo horário de Brasília) desta segunda-feira, e começará também a enviar cartas a parceiros que ainda não tenham firmado pactos com o seu governo.

Na sexta-feira, o Índice Bovespa encerrou aos 141.263,56 pontos, com alta de 0,24%, em nova máxima histórica. Na semana, acumulou valorização de 3,21%.

A saída encontrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para o impasse do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de marcar uma audiência de conciliação entre Executivo e Legislativo para o próximo dia 15, foi bem recebida pelo mercado de ações.

Após a saída apontada pelo STF, o presidente da Câmara, Hugo Motta, defendeu o corte em emenda parlamentar, sinalizou que a medida provisória para compensar o IOF deve caminhar bem no Legislativo e prometeu pautar ainda este ano o projeto que isenta do IR quem ganha até R$ 5 mil.

O petróleo Brent, referência para a Petrobras (BVMF:PETR4), subia 0,80%, mas sem empolgar os papéis da estatal, que avançavam 0,09%. Vale (BVMF:VALE3) caía 0,38%, em meio ao recuo de 0,68% do minério de ferro nesta segunda-feira em Dalian. O dólar ante o real tinha alta de 0,48%, a R$ 5,4508, contaminando os juros futuros, que refletiam também a pressão externa.

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