SÃO PAULO (Reuters) - A elétrica mineira Cemig (SA:CMIG4) adiou para 2019 o plano de venda de sua fatia na hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, conforme apresentação publicada no site da companhia.
O negócio está previsto em um amplo plano de vendas de ativos da companhia, que pode envolver cerca de de 6,56 bilhões de reais e tem como objetivo a redução de dívidas. Os desinvestimentos foram anunciados em meados do ano passado.
A Cemig e sua controlada Light (SA:LIGT3) possuem participação de 9,77 por cento em Belo Monte por meio da Amazônia Energia. A estatal mineira ainda possui uma fatia de forma indireta, por meio da Aliança Energia, na qual é sócia da Vale (SA:VALE3), que tem 9 por cento da usina do rio Xingu.
Na apresentação, a Cemig não detalhou por que está adiando o plano de venda da fatia em Belo Monte.
Orçada em mais de 30 bilhões de reais, Belo Monte já possui 14 de suas 24 unidades geradoras em operação. O empreendimento será uma das maiores hidrelétricas do mundo quando concluído, com 11,2 gigawatts em capacidade.
Na mesma apresentação, a Cemig afirmou que retomou negociações com um potencial comprador da participação da empresa na hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia.
Nessa usina, no rio Madeira, a Cemig possui uma participação direta de 10 por cento, além de uma fatia adicional por meio da SAAG Investimentos. Com 3,56 gigawatts, o emprendimento recebeu um investimento total de cerca de 20 bilhões de reais.
Na apresentação sobre o atual estágio de seus desinvestimentos, a Cemig disse ainda que uma proposta feita no final de março pela fatia da Renova Energia (SA:RNEW11) na Brasil PCH não envolve previsão de desembolso.
A Cemig anunciou em 28 de março uma proposta vinculante pela participação da Renova na Brasil PCH, que opera 13 pequenas hidrelétricas, em um total de 291 megawatts, mas na época não foram divulgados detalhes financeiros do possível negócio.
Segundo o documento da companhia, a proposta pelo ativo tem como objetivo acertar valores devidos pela Renova ao braço de geração e transmissão da Cemig, a Gemig GT, por adiantamentos de recursos em um contrato de suprimento de energia.
A Cemig informou ainda que está "em negociação com proponentes" para a venda da Light, que tem ativos de geração e é responsável pela distribuição de energia na região metropolitana do Rio de Janeiro, enquanto estrutura um modelo de venda para sua empresa de gás natural, a Gasmig.
Já consórcios da Cemig para a exploração de gás natural deverão ser negociados em um leilão a ser divulgado em abril.
Até o momento, a Cemig já vendeu uma fatia na empresa de transmissão de energia Taesa (SA:TAEE11) e participações em um grupo de ativos de transmissão, a Transmineira, o que tem levado investidores a cobrarem da companhia um andar mais rápido no plano de desinvestimentos.
(Por Luciano Costa)