Por Gabriel Araujo e Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) -Os resultados de produção e vendas de minério de ferro da Vale (BVMF:VALE3) no primeiro semestre colocam a companhia no caminho para atingir o ponto mais alto das suas metas para 2024, disse o CEO da mineradora, Eduardo Bartolomeo, nesta sexta-feira.
"Eu gostaria de destacar que nossas vendas... refletem a nossa forte performance. O resultado do primeiro semestre reforça a nossa confiança e o compromisso de atingir o topo das metas de nosso guidance para 2024", disse Bartolomeo, em teleconferência para comentar os resultados do segundo trimestre.
"O melhor (do ano) ainda está por vir... Eu nunca estive tão otimista", destacou.
As vendas de minério de ferro da Vale aumentaram 10,4% no primeiro semestre, para 143,6 milhões de toneladas, enquanto a produção aumentou 4,1% no mesmo período, para 151,4 milhões de toneladas.
A companhia tem a meta de produzir entre 310 milhões e 320 milhões de toneladas de minério de ferro em 2024.
Os comentários do CEO foram feitos depois que o lucro líquido da Vale triplicou entre abril e junho na comparação com o mesmo período do ano passado, para 2,77 bilhões de dólares, com as vendas de minério de ferro crescendo mais de 7% no segundo trimestre em relação ao ano anterior.
Bartolomeo, que deixará o cargo no final deste ano, disse que a empresa brasileira está vendo progresso na estabilidade da produção de minério de ferro, seu principal produto, e acredita que os custos também devem ficar dentro das expectativas em 2024.
"Nosso custo C1 foi sazonalmente mais alto no segundo trimestre, mas está no caminho certo para atingir nossa meta para o ano, especialmente à medida que nosso mix de produtos e diluição de custos fixos melhora no segundo semestre", disse.
Ele também destacou a satisfação de ter anunciado nesta semana Shaun Usmar como novo CEO da unidade de metais básicos da Vale, denominada VBM, acrescentando que a divisão também está no caminho de entregar as metas previstas para 2024.
Executivos da Vale ainda demonstraram confiança de que um acordo global com governos para reparar a tragédia de Mariana (MG), em 2015, será concluído em breve, com uma resolução nos próximos meses.
A demora em fechar o acordo, contudo, tem gerado insatisfação no governo brasileiro.
Nesta semana, em entrevista exclusiva à Reuters, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, fez críticas à companhia, dizendo que após o anúncio de que o CEO deixará a mineradora, a empresa ficou "acéfala" para discutir questões relevantes para o país, como o acordo global para reparar os danos do rompimento da barragem em Mariana.
Do lado do mercado de minério de ferro, executivos da Vale também se mostraram otimistas, vendo um suporte para os preços em termos de demanda da China e oferta da commodity, segundo avaliações na teleconferência desta sexta-feira.
(Por Gabriel Araujo e Roberto Samora; edição de Letícia Fucuchima)