Com ajustes nas projeções de juros, como ficam as varejistas?

Publicado 27.05.2024, 13:47
© Reuters

Investing.com – As últimas semanas têm sido de ajustes nas perspectivas sobre a taxa de juros básica da economia brasileira, com projeções menos favoráveis para a continuidade do ciclo de cortes. Alguns bancos e casas de análise passam a estimar uma pausa na Selic na próxima reunião, o que traz um sinal de alerta para as perspectivas de companhias sensíveis a juros, como o varejo, que segue pressionado, apesar da melhora gradual durante os últimos trimestres.

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O último Boletim Focus do Banco Central aponta que economistas consultados pela autoridade monetária esperam que a Selic termine o ano em 10%, conforme levantamento divulgado nesta segunda, 27. Há quatro semanas, a projeção era de 9,50%.

O setor como um todo é impactado, mas algumas empresas, que estariam em posição mais vulnerável, com dívidas maiores e resultados fracos, tendem a sofrer bem mais. Fernando Siqueira, head de Research da Guide Investimentos, avalia uma eventual pausa nos cortes como ruim, tendo em vista que o setor como um todo estava reagindo bem a essa expectativa de corte de juros, principalmente no ano passado.

“Esse ano, pelo contrário, estava sofrendo por conta dessa postergação dos cortes lá fora e também pelo espaço menor para cortes aqui dentro. Então, de uma forma geral, a gente vê como ruim, principalmente para algumas empresas mais cíclicas”, acredita Siqueira, mencionando varejo de vestuário e empresas de e-commerce, que vendem produtos mais discricionários e a prazo.

Além disso, empresas que estão mais endividadas também tendem a sofrer mais. Companhias em piores momentos tendem a ser mais penalizadas, enquanto outras, com perspectivas mais favoráveis, como a C&A (BVMF:CEAB3), pondera Siqueira, podem compensar essa discussão.

“Empresas como Pão de Açúcar (BVMF:PCAR3), que é mais endividada, tem resultados fracos, dependem muito dos juros. A mesma coisa vale um pouco também para a Casas Bahia (BVMF:BHIA3), Magazine Luiza (BVMF:MGLU3), dado que os resultados têm sido ruins. Um dos poucos fatores positivos que poderiam ajudar essas empresas era esse corte de juros que agora está vindo em menor grau”.

Em junho do ano passado, a Selic estava em 13,75% e, agora, no patamar de 10,5%, recorda Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, que espera que a taxa atinja 9,75% ao final do ano. Se a tendência de cortes continuar, traz um certo fôlego ao setor varejista, ainda que em menor intensidade, caso o cenário agora precificado pelo mercado seja concretizado.

O economista aponta que a queda da taxa de juros nos últimos meses tende a trazer um fôlego extra para o mercado de crédito, principalmente no segundo semestre e, consequentemente, impacta positivamente o consumo das famílias e o setor varejista. No entanto, mesmo com a queda, a taxa de juros segue em um patamar bastante restritivo. Para Sung, as empresas com maior resiliência financeira são as que tendem atravessar melhor essas dificuldades.

“Varejistas com sólidas reservas de caixa ou com baixo endividamento podem estar em melhor posição para enfrentar esse ambiente de juros ainda elevados. Essas empresas terão mais flexibilidade para investir, enfrentar desafios financeiros sem depender excessivamente do financiamento externo”, aponta o economista-chefe da Suno.

A manutenção da Selic pode impactar as varejistas de várias maneiras, na opinião de Raony Rossetti, CEO da Melver. “As varejistas estão, em média, em uma posição melhor do que nos anos anteriores, muito devido à queda anterior da Selic. Muitas empresas renegociaram suas dívidas, melhorando sua saúde financeira. Por exemplo, as Casas Bahia reperfilaram suas dívidas e entraram em recuperação extrajudicial, renegociando com seus principais credores”.

No entanto, Rossetti ressalta que a manutenção da Selic pode limitar novas reduções de custos financeiros e afetar o consumo, impactando as receitas das varejistas. “Certamente a Selic traz impactos significativos para o setor, mas vale pontuar que a competividade traz muita pressão no resultado, o que tem acentuado com Amazon (NASDAQ:AMZN), Mercado Livre (NASDAQ:MELI) e empresas chinesas”, completa Rossetti, que não recomenda investimento no setor neste momento.

“Eu não gosto do setor, não tenho posição em nenhuma ação e recomendo que os investidores não invistam nele”, reforça, apontando entre as empresas com endividamento elevado Casas Bahia, Pão de Açúcar e Magazine Luiza.

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