BUENOS AIRES (Reuters) - As companhias aéreas Flybondi e Jetsmart estão mirando o Brasil como um dos principais destinos para voos nos próximos meses, buscando expandir rotas conforme o mercado se abre, disseram executivos de ambas as empresas.
"É verdade que falta no Brasil uma linha aérea ultra 'low-cost'? Provavelmente", afirmou o presidente-executivo da chilena Jetsmart, Estuardo Ortiz, a jornalistas nesta quinta-feira.
A empresa, que atualmente opera nove rotas dentro e fora do Brasil, vê o país como um "mercado instrumental" para suas operações, segundo Ortiz.
A rival argentina Flybondi também está considerando expansões de rotas no Brasil, disse à Reuters o presidente-executivo, Mauricio Sana, em entrevista na quarta-feira.
Nos últimos meses, a Argentina assinou uma série de acordos de "céus abertos" com outros países, incluindo o Brasil.
O tratado com o Brasil aumenta o número de frequências de voos permitidas entre os países. Com o Chile e o Uruguai, por outro lado, permite a operação de voos domésticos na Argentina pelas companhias aéreas desses países, e vice-versa.
"O acordo firmado com o Brasil é de frequências, de aumentar a quantidade de frequências, e portanto ainda não tem (o direito de operar voos domésticos). Esse é um tema interessante, porque o governo (argentino) quer executá-lo", disse uma fonte da Flybondi.
Uma fonte da secretaria de transportes da Argentina confirmou esperar que um acordo desse tipo possa ser assinado.
"(O Brasil) não tem companhias aéreas de baixo custo, tem a Gol (BVMF:GOLL4) e a Azul (BVMF:AZUL4), que não são 'low cost'", disse a fonte da Flybondi. "Têm tarifas caríssimas e falta muita conectividade."
A fonte acrescentou que a Flybondi está avaliando a possibilidade de operar voos domésticos no Brasil.
A Jetsmart, por sua vez, está se concentrando no momento "unicamente em voos internacionais", disse Ortiz.
O executivo também disse que as regulações no Brasil, como proteções rigorosas ao consumidor e uma proposta para incluir automaticamente o preço da bagagem nos custos das passagens, afetaram a "viabilidade" de operar no país, além dos custos elevados do combustível de aviação.
(Por Kylie Madry)