Por Marcelo Teixeira
NOVA YORK - Compradores chineses de soja que participam de uma conferência do setor nos Estados Unidos acreditam que as importações da China em 2023 serão um pouco maiores do que algumas projeções, mas não veem os volumes de importação crescendo muito mais nos próximos anos.
Sun Lige, vice-presidente da Wellhope Foods Company, da China, disse durante a conferência Soy Connext que o país asiático provavelmente importará 100 milhões de toneladas de soja em 2023, mais do que os 98 milhões de toneladas da estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Ele disse, no entanto, que as importações nos próximos cinco anos oscilarão em torno do nível de 100 milhões de toneladas, à medida que a procura pela matéria-prima do farelo e do óleo de soja deverá estabilizar.
Lige disse por meio de um tradutor que os principais fatores para que a demanda por soja na China atinja o pico em breve são o envelhecimento da população e o fato de os jovens chineses preferirem mais carne de frango do que carne de porco, o que impacta a demanda da ração animal.
"Não estou muito positivo quanto ao futuro da procura de soja", disse ele, considerando que o preço também é uma explicação para jovens optarem mais por aves e não por carne de porco.
Li Ying, gerente de compras da Sichuan Tequ Investment Group, disse que a China comprará a soja de que necessita dos EUA ou da América do Sul, olhando principalmente para o preço, independentemente da qualidade.
"Este é um mercado sensível aos preços", disse ele.
A China costuma alternar suas compras entre Brasil e EUA, dependendo do período do ano, já que os dois maiores produtores têm colheitas em janelas opostas.