Por Enrico Dela Cruz
(Reuters) - Os contratos futuros do minério de ferro e do vergalhão na maior produtora de aço, a China, despencaram nesta quarta-feira, levando a uma venda de commodities ferrosas impulsionada pelo desconforto persistente com empresas imobiliárias chinesas sobrecarregadas de dívidas e uma perspectiva de baixa demanda.
O contrato de minério de ferro mais negociado em janeiro na Bolsa de Commodities de Dalian fechou em queda de 5,9%, a 731 iuanes (113,32 dólares) a tonelada, após altas em cinco sessões.
Na Bolsa de Cingapura, o contrato mais ativo de novembro do ingrediente siderúrgico caía 4,4%, a 122,05 dólares a tonelada, às 4h16 (horário de Brasília).
Em Xangai, o contrato do vergalhão de aço para construção fechou em queda de 4,7%, para 5.421 iuanes por tonelada, após atingir 5.267 iuanes no início do dia, o menor valor desde 3 de setembro.
Os incorporadores imobiliários chineses enfrentam prazos de pagamento antes do final do ano, e com o destino do Evergrande Group parecendo cada vez mais sombrio, crescem os temores de uma crise mais ampla no setor, que responde por cerca de um quarto da demanda doméstica de aço.
A demanda de minério de ferro da China já desmoronou em meio aos controles de produção de aço relacionados ao meio ambiente, reduzindo as importações, que caíram 3% em termos anuais em janeiro-setembro.
"Do meio ao final de setembro, o número de manutenção de alto-forno... mostrou um aumento explosivo", escreveram analistas da Zhongzhou Futures em nota.
"Sob a rígida política de restrição de produção, é duvidoso que as siderúrgicas ... possam retomar a produção dentro do cronograma em outubro."