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Correção: Juros: Pressionadas por Treasuries, dólar e petróleo, taxas voltam a disparar

Publicado 27.09.2023, 15:16
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Na matéria publicada anteriormente, as taxas citadas no segundo parágrafo referem-se às cotações do fechamento da sessão. Segue abaixo o texto corrigido:

Os juros futuros tiveram nova sessão de forte estresse nesta quarta-feira (27), com taxas voltando a disparar em cima de níveis já muito elevados atingidos nos últimos dias. O ambiente internacional conturbado continuou predominando nos negócios locais, mas o mercado manteve o risco fiscal interno no radar, atento ao noticiário envolvendo a proposta do governo sobre o pagamento dos precatórios. Treasuries, petróleo e dólar formaram a tempestade perfeita a abalar a curva de juros, que ganhou ainda mais inclinação.

No fechamento dos negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 saltava de 10,702% para 10,895% (máxima de 11,035%) e a de janeiro de 2026 subia de 10,51% para 10,76% (máxima de 10,98%). O DI para janeiro de 2027 voltou a 11,00%, nível que não era visto desde 25 de maio. Tinha taxa de 11,01%, mas com máxima de 11,24% (10,79% ontem no ajuste). E a do DI para janeiro de 2029 marcava 11,51%, de 11,36% no ajuste e 11,73% na máxima.

Dada a adição de prêmios consistente nos últimos dias, o mercado chegou ensaiar um ajuste em baixa, pela manhã, quando a curva dos Treasuries estava relativamente bem comportada respondendo ao acordo fechado pelo Senado dos EUA para evitar o shutdown. No fim da primeira etapa porém, os yields começaram a piorar depois que o líder da Câmara de Representantes, o republicano Kevin McCarthy, disse "não ver apoio" à proposta na sua Casa - que também precisa dar o seu aval.

Além disso, o presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, alertou para o risco de novas altas de juros caso o aperto já aplicado não surta o efeito desejado na inflação. Previu mais 25 pontos-base, mas disse não descartar a possibilidade de um aperto ainda maior. O alerta, somado aos ajustes decorrentes do leilão de US$ 49 bilhões em T-Notes de 5 anos com demanda abaixo da média, deu combustível para o aumento das taxas. Nas máximas, o retorno da T-Note de dez anos chegou a 4,64%, ainda no maior nível desde 2007, e o do T-Bond de 30 anos a 4,74%.

Com isso, à tarde, as principais taxas dos trechos longo e intermediário do DI chegaram a abrir quase 50 pontos ante os ajustes de ontem, caso por exemplo do janeiro de 2027 que na máxima chegou a 11,24%, de 10,79% ontem no ajuste. "O Brasil está apanhando de todos os lados. A curva bateu stop e não tem mais fundamento", avaliou o economista Felipe Rodrigo de Oliveira, da MAG Investimentos.

Os preços do petróleo, variável importante para a inflação doméstica, subiram mais de 2%, e, ao mesmo tempo, o dólar manteve-se em valorização generalizada, superando R$ 5 no Brasil. No fim da tarde, os mercados como um todo esboçaram reação e os juros dos títulos do Tesouro americano arrefeceram um pouco, afastando os DIs das máximas.

Internamente, os investidores mantêm o foco sobre a questão dos precatórios. "O mercado vê com bons olhos a intenção em regularizar os precatórios, mas reage com cautela na tentativa de reclassificação de tipos de despesa para contabilidade da dívida", destacam os economistas da Levante Investimentos, em relatório.

Diante da polêmica em torno da proposta para o pagamento das dívidas judiciais, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, deu uma série de entrevistas nesta quarta-feira para explicar a ideia do governo, rechaçando categoricamente avaliações de que o pedido feito ao Supremo Tribunal Federal (STF) tenha caráter de "pedalada".

"Não tem pegadinha. A gente está resolvendo um problema grave: uma moratória, com ocultamento de dívida pública, que é o que está acontecendo hoje. O Brasil não paga as obrigações em dia perante o mundo. Pagar em dia as contas é uma obrigação do governo", disse, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

Contato: denise.abarca@estadao.comP

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