SÃO PAULO (Reuters) - A Cosan (BVMF:CSAN3) não pretende vender sua participação na mineradora Vale (BVMF:VALE3) no curto prazo, disse o presidente do conselho da companhia Rubens Ometto em entrevista ao jornal Valor Econômico, publicada nesta quarta-feira.
A Cosan é uma gigante brasileira de commodities e detém uma participação de pouco mais de 4% na Vale, o que a torna uma importante acionista de uma das maiores mineradoras de minério de ferro do mundo, que tem capital disperso, sem controle definido.
Uma reportagem da Bloomberg News do mês passado indicou que a Cosan estava considerando a venda de ativos, incluindo sua participação de 2,2 bilhões de dólares na Vale.
"Somos investidores de longo prazo e estamos felizes (com o investimento). Não temos interesse em flipar (vender) as ações no curto prazo", disse Ometto, em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Ele observou, no entanto, que a Cosan estava estudando alternativas para reduzir sua dívida.
A Cosan controla as empresas Rumo (BVMF:RAIL3), Moove, Compass e compartilha o controle da Raízen (BVMF:RAIZ4) com Shell (NYSE:SHEL).
A Cosan comprou inicialmente uma participação de 4,9% na Vale no final de 2022, mas desde então vendeu cerca de 33 milhões de ações, reduzindo a participação para 4,1% em um movimento que disse ter como "objetivo otimizar sua estrutura de capital", sem nenhuma alteração em seu investimento de longo prazo na Vale.
A Vale trocou recentemente o presidente-executivo. O ex-diretor de Finanças e Relaçõs com Investidores Gustavo Pimenta foi eleito para o comando da companhia, para o lugar antes ocupado por Eduardo Bartolomeo. Ometto elogiou Pimenta como alguém que "conhece bem a mineradora, corrigindo o que tem de ser feito", segundo o Valor.
(Reportagem de Gabriel Araújo)