Mais de 500 voos foram cancelados após o aumento de casos de covid-19 e de influenza, tanto entre pilotos e tripulantes de aeronaves quanto no País como um todo. Voos da Azul (SA:AZUL4) e da Latam (SN:LTM) foram os mais afetados. A Gol (SA:GOLL4) disse não ter reportado cancelamentos.
No domingo, 9, a Latam informou o cancelamento de 47 voos. Ontem, a companhia confirmou mais 53 voos cancelados. Nos próximos dias, outros 62 voos serão cancelados, totalizando 162 trechos.
Na Azul, funcionários receberam um e-mail do presidente, John Rodgerson, na semana passada, alertando para o "alto número de dispensas médicas" na companhia. Com 5% dos voos afetados na quinta-feira passada e 10% a partir de sexta, 387 voos da companhia foram cancelados até o momento, elevando o total no País para 547 (considerados os dados da Latam).
O Procon-SP notificou ontem Azul e Latam, pedindo explicações sobre os cancelamentos dos últimos dias. "As empresas deverão informar até a próxima quarta-feira, 12, quantos voos foram cancelados, quantos passageiros foram afetados, a previsão para os próximos 15 dias e qual o plano de contingência para minimizar os danos sofridos pelos consumidores", disse a entidade de defesa do consumidor.
Outros segmentos
A Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares ao Transporte Aéreo (Abesata) informou ontem que 5% a 10% dos funcionários do setor foram afastados por covid-19.
"Houve aumento de casos de covid-19 no setor, mas não tivemos problemas de falta de atendimento. As empresas estão se readaptando com horas extras e manobras na escala", afirmou o presidente da Abesata, Ricardo Miguel.
Já a BLTA, associação que congrega hotéis de luxo como Fasano, Copacabana Palace e Emiliano, disse já estar sofrendo com a falta de pessoal. A associação reporta alta nos casos de influenza e covid-19 em um momento de cenário aquecido para as reservas.
Na área de saúde, estima-se que os hospitais privados brasileiros tenham hoje 10% de suas equipes afastadas. O número vem de conversas da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) com as redes associadas, mas não há levantamento formal. O diretor executivo da Anahp, Antônio Britto, diz que o atendimento já está sendo prejudicado. "Ninguém tem 10% de funcionários sobrando", afirma Britto.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.