CSN vê demanda por aço ainda aquecida no Brasil e tentará segurar preços ante importação

Publicado 09.05.2025, 12:57
Atualizado 09.05.2025, 16:45
© Reuters.

SÃO PAULO (Reuters) -A CSN (BVMF:CSNA3) está vendo uma boa demanda por aço no Brasil no atual trimestre e vai procurar replicar a estratégia comercial adotada no início do ano, em que elevou os preços de planos em 3,2%, afirmou o diretor comercial da siderúrgica, Luis Fernando Martinez, nesta sexta-feira.

"A demanda está boa, não é questão de preço que vai resolver (importação elevada)", disse Martinez em conferência com analistas sobre os resultados da companhia publicados na noite da véspera.

"Vamos segurar o máximo os preços para não perder rentabilidade... Vamos ter preços relativamente estáveis, com viés para cima no segundo trimestre", afirmou o executivo.

No primeiro trimestre, a CSN conseguiu elevar a margem Ebitda na operação de siderurgia de 4,3% um ano antes para 7,9%.

Em aços longos, disse Martinez, a CSN teve que reduzir seus preços em 5% no primeiro trimestre diante de "competição mais forte nesse segmento".

As ações da CSN derretiam quase 11% perto do final do pregão nesta sexta-feira, cotadas a R$8,61, enquanto o Ibovespa subia 0,21%.

O executivo afirmou que "beira a irresponsabilidade" a falta de medidas de defesa comercial do Brasil em relação ao elevado nível de importações de material siderúrgico vindo principalmente da China.

Martinez defendeu a renovação do atual sistema de cota/tarifa, criado pelo governo federal ano passado, mas com aplicação de sobretaxa de 25% sobre todos os produtos siderúrgicos e não apenas sobre alguns, como forma também de coibir importações desviadas que se aproveitam de adição de boro na composição da liga para não se enquadrarem em produtos que taxados.

Sobre a parada do alto-forno 2 da usina da empresa em Volta Redonda (RJ) para manutenção em janeiro, Martinez afirmou que o equipamento precisará ser retomado com uma "condição de mercado muito melhor do que temos hoje". O executivo citou que a parada é de pelo menos seis meses.

ALAVANCAGEM

A companhia segue com meta de entregar alavancagem financeira abaixo de três vezes dívida líquida sobre Ebitda ajustado, mas esse múltiplo não inclui desembolsos com projeto de expansão da mineração do grupo em Congonhas (MG), disse o diretor de finanças do grupo, Antonio Marco Rabello.

A CSN pretende elevar sua produção de minério de ferro de alta qualidade em 15 milhões de toneladas por ano, chegando a 65 milhões de toneladas em 2028, um projeto que tem previsão de investimento de cerca de R$15 bilhões.

"É um projeto transformacional do ponto de vista de alavancagem da companhia... dá uma guinada importante", disse Rabello. "Para o guidance, essa transformação não está considerada nos números", afirmou, citando que é difícil para a empresa precisar neste momento a alavancagem no final de 2026 e 2027 e que o chamado projeto "P15 vai trazer alguns bilhões adicionais de Ebitda para a companhia".

(Por Alberto Alerigi Jr.; edição de Patrícia Vilas Boas e Pedro Fonseca)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.