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Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Vale (BVMF:VALE3) apenas tomará uma decisão relacionada à aquisição da Bamin, na Bahia, caso encontre uma forma econômica para desenvolver o projeto da companhia, que contém desafios logísticos importantes, afirmou nesta sexta-feira o vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores, Marcelo Bacci.
A Bamin --empresa controlada pelo Eurasian Resources Group, do Cazaquistão-- produz atualmente minério de ferro na mina Pedra de Ferro, com capacidade para até 2 milhões de toneladas por ano de alto teor (65% de Fe). Mas seu projeto completo conta com a conclusão do Porto Sul, em Ilhéus (BA), e da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) para ampliar em grande escala a sua produção.
Questionado por jornalistas, o executivo reiterou que a Vale segue analisando a eventual aquisição da Bamin, que poderia ocorrer em parcerias, já que sempre está atenta a oportunidades envolvendo depósitos relevantes de minério de ferro no Brasil.
"Existe um grande desafio logístico no projeto da Bamin, que é a construção de uma infraestrutura muito importante", disse Bacci, em conferência para comentar os resultados do segundo trimestre.
"Quando você olha a quantidade de minério disponível lá, só essa quantidade de minério não remunera a construção da infraestrutura que é necessária em termos de ferrovia e porto."
O executivo adicionou que a Vale segue buscando potenciais soluções, mas que "nesse momento não dá para dizer ainda se é possível ou não seguir com esse projeto".
Uma forma de tornar o projeto viável, segundo Bacci, seria a criação de uma solução logística que envolva, por exemplo, o transporte de outros produtos, que pudessem ajudar rentabilizar e viabilizar o investimento logístico.
"A Vale é uma empresa de mineração... então não cabe a nós fazer um investimento na logística buscando outros produtos. A gente tem logística para o nosso produto, que é o minério", disse Bacci.
"Então, o que se precisa tentar desenhar é uma solução onde você consiga trazer outras cargas que justifiquem o investimento logístico na região. E aí sim, se isso for viabilizado, a gente teria, em tese, interesse em fazer a parte do minério."
(Por Marta Nogueira)