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Por Elisa Anzolin
MILÃO (Reuters) - A Fundação Giorgio Armani, fundamental para o futuro da grife italiana e sua venda, será dirigida pelo parceiro e confidente íntimo do falecido estilista, Pantaleo Dell’Orco, mostrou documento visto pela Reuters nesta terça-feira.
Dell’Orco ficou com a maior parte da empresa e a principal participação com direito a voto quando Armani morreu, no mês passado. Ele vai chefiar o conselho junto com um dos sobrinhos de Armani e três membros independentes, de acordo com um registro da fundação obtido por meio de um pedido de acesso à informação.
A fundação é peça-chave no plano de sucessão de Armani. Seu testamento revelou a surpreendente decisão de vender gradualmente a empresa que ele fundou a possíveis compradores, que incluem empresas como LVMH, L’Oréal e EssilorLuxottica, ou buscar uma abertura de capital no mercado.
O designer, conhecido no setor como "Rei Giorgio", morreu em 4 de setembro, aos 91 anos. Ele deixou a empresa para seus herdeiros e para a Fundação, que foi criada em 2016 e presidida pelo próprio Armani até sua morte.
A fundação controla 30% dos direitos de voto de seu império de negócios. Ela foi criada para proteger o legado de Armani. O parceiro de negócios e de vida de Armani, Dell’Orco, já controlava 40% dos direitos de voto do grupo de luxo.
Ao lado dele no conselho estará o sobrinho de Armani, Andrea Camerana, que detém 15% dos direitos de voto da empresa.
Mas a maior parte da diretoria é composta por membros que não pertencem à família: o banqueiro Irving Bellotti, do Rothschild -- que já era diretor --, o advogado Andrea Silvestri, do Legance, e a tabeliã milanesa Elena Terrenghi.
PEÇA-CHAVE
A Fundação vai desempenhar um papel central na definição das decisões de governança e nas mudanças de propriedade da grife, o que também exigirá a concordância dos consultores externos do conselho.
Pelo estatuto da fundação, os cinco membros do conselho devem aprovar por unanimidade decisões-chave, como votos em assembleias extraordinárias de acionistas do grupo de luxo.
O testamento de Armani instruiu os herdeiros a venderem uma participação de 15% no grupo, com prioridade para o conglomerado de luxo LVMH, a gigante da beleza L’Oréal, a líder de óculos EssilorLuxottica ou outro grupo do "mesmo nível" identificado pela Fundação e com a concordância de Dell’Orco.
O testamento instrui os herdeiros a vender a participação inicial de 15% em um prazo de 18 meses. Em seguida, devem transferir uma fatia adicional de 30% a 54,9% para o mesmo comprador dentro de três a cinco anos ou, alternativamente, buscar uma oferta pública inicial de ações.
A Fundação também tem a tarefa de propor o nome do novo CEO do grupo de moda, informou o comitê executivo da empresa no mês passado.
(Reportagem de Elisa Anzolin)