Por Geoffrey Smith
Investing.com -- As ações da Devon Energy (NYSE:DVN) (SA:D1VN34) subiam 5,37% às 13h47 (horário de Brasília) desta quarta-feira, cotadas a U$ 54,23, depois que a empresa resistiu à tentação de aproveitar o boom atual dos preços do petróleo para produzir mais. O BDR da ação subia 6,91%, a R$283.
Em vez disso, a empresa manteve as suas projeções de produção para o ano inalteradas, com uma ligeira queda esperada no primeiro trimestre devido a condições meteorológicas adversas.
A produtora de petróleo e gás de shale informou no final da terça-feira que o seu fluxo de caixa operacional triplicou, e que o fluxo de caixa livre atingiu seu valor mais alto da história, de US$ 2,9 bilhões, no ano passado, com a recuperação dos preços brutos em relação ao choque inicial da pandemia. As receitas e os lucros ajustados por ação, de US$ 1,39, foram ambos mais de 10% superiores às expectativas.
No entanto, a companhia optou por utilizar o lucro inesperado para recompensar os acionistas, que viram o ativo perder mais de 90% da sua máxima em 2014 até meados de 2020. A diretoria ampliou o programa de recompra de ações da empresa em US$ 600 milhões, para US$ 1,6 bilhão, e também aumentou a componente fixa dos seus dividendos em 45%, para US$ 0,05 por ação - um sinal de que a empresa enxerga uma melhoria no seu potencial de geração de caixa a médio prazo. A maioria esmagadora dos dividendos está ligada ao fluxo livre de caixa, e a melhoria nesse quesito levou os dividendos totais a US$ 1,00 por ação.
A Devon disse que não tinha feito alterações nos seus planos de investimento para o ano, os quais permanecerão entre US$ 1,9 bilhão e US$ 2,2 bilhões. Desse modo, a empresa espera que a produção fique na faixa entre 570.000 e 600.000 barris de petróleo equivalente por dia. Isso é menor que os 611.000 barris diários produzidos no quarto trimestre.
Os resultados da Devon podem provocar desânimo em Washington, D.C., onde o governo do presidente Joe Biden enfrenta crescente pressão política em função do aumento dos preços da gasolina ao longo do último ano.