Investing.com – Com o forte sentimento de aversão ao risco no mercado de capitais brasileiro, a percepção é de que haveria uma disfunção e uma crise monetária séria que pode levar a uma recessão, de acordo com o economista André Perfeito, que usou as redes sociais para tratar do tema nesta quarta-feira, 18 de dezembro.
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“A crise que agora se instalou ganhou dinâmica própria e supera muito qualquer visão menos pessimista, e mesmo alguém que não acredite que o pior viria não tem como apostar no sentido contrário”, aponta Perfeito.
O economista avalia como exagerada a reação do mercado diante da repercussão do pacote fiscal do governo, e entende que, mesmo com fuga de liquidez maciça instaurada, “não há instrumento que acalme os ânimos na caixa de ferramentas do governo”.
O economista reforçou cinco pontos de atenção para os mercados:
- 1) A recessão deve ocorrer em meio aos juros futuros em alta;
- 2) A crise será pior do que o esperado pelos economistas no Boletim Focus, que preveem um crescimento da economia;
- 3) A crise pode implodir balanços das empresas diante dos seus financiamentos anteriores;
- 4) A situação das companhias pode afetar os fundos de renda fixa e
- 5) A piora no crescimento pode afetar o cenário fiscal e as receitas do governo.
O economista considera que os efeitos dessa crise monetária serão sentidos na economia real, mas espera que a confusão possa ser domada por esta. “Insisto, esta é uma crise monetária, uma crise que confundiu primário com nominal e exige uma solução que não pode vir”. Caso isto não ocorra, o economista alerta para uma possível revisão na projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de, pelo menos, 1% para 0,5%.