Em crise, Oi abre caminho para recuperação judicial nos Estados Unidos

Publicado 09.07.2025, 05:42
Atualizado 09.07.2025, 09:10
© Reuters.  Em crise, Oi abre caminho para recuperação judicial nos Estados Unidos

A Oi (BVMF:OIBR3) protocolou, na segunda-feira, 7, petição na Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York para rescindir o reconhecimento da recuperação judicial nos Estados Unidos e extinguir os processos de Chapter 15 em andamento, em um movimento que abre caminho para uma outra solução para o seu endividamento, o Chapter 11 - o equivalente da Justiça americana à recuperação judicial no Brasil.

O Chapter 15 trata de casos de empresas internacionais com dificuldades de solvência. O processo visa ao reconhecimento e à aplicação, nos EUA, das decisões emitidas no âmbito da recuperação judicial em curso no Brasil.

Segundo a Oi, a petição vai possibilitar eventual ajuizamento, na Justiça dos Estados Unidos, de um outro processo, o Chapter 11. Ele teria como principal objetivo tratar dívidas que não podem ser abarcadas pela recuperação judicial em andamento no Brasil - medida antecipada pelo Estadão/Broadcast na última semana.

"Estamos conduzindo esse processo com responsabilidade e foco total no futuro da Oi. A atual gestão tem experiência em processos complexos de reestruturação e está comprometida em tomar as decisões necessárias com agilidade e consistência", disse, em nota à imprensa, o presidente da Oi, Marcelo Milliet.

Continuidade do negócio

O executivo assumiu o posto em dezembro, indicado pela consultoria Íntegra, que tem experiência em dar guinadas em empresas em crise, como a Renova Energia (BVMF:RNEW11), a Eternit (BVMF:ETER3) e a Paranapanema (BVMF:PMAM3), entre outras.

"A prioridade da companhia é garantir a continuidade do negócio e o atendimento aos nossos clientes. Um plano de recuperação é, por natureza, dinâmico e exige ajustes ao longo do caminho. O aditivo recém-protocolado e esta possível medida nos Estados Unidos refletem uma atuação estratégica e atenta às necessidades do momento. Nosso objetivo é equilibrar a proteção jurídica necessária com a sustentabilidade do negócio no longo prazo", acrescentou.

Na terça-feira da semana passada, dia 1º, a Oi protocolou na Justiça brasileira um aditivo ao plano de recuperação aprovado em abril de 2024, quando estabeleceu uma série de medidas para equacionar a dívida bilionária. A empresa também pediu uma tutela de urgência para suspender, por 180 dias, o cumprimento das obrigações previstas no plano enquanto busca aprovar as alterações junto aos credores.

"Analisamos a situação da empresa, o que foi cumprido do plano e o que falta cumprir. Aí, identificamos uma necessidade de ajuste", disse Milliet, sobre o pedido do aditivo.

O principal buraco identificado no orçamento da Oi tem origem na venda da operação de banda larga, a Oi Fibra, adquirida pela V.tal. "Nessa venda, estava prevista a entrada de R$ 1,5 bilhão no caixa da empresa (o restante iria diretamente para pagar credores), mas isso não aconteceu", explicou.

Reconstrução

O processo de Chapter 11 nos EUA, assim, seria usado de forma complementar à recuperação judicial no Brasil, respeitados os limites de ambas as jurisdições, e abriria oportunidade de uma colaboração internacional mais ativa pela reconstrução da empresa, afirmou a Oi, no comunicado. Em crise, Oi abre caminho para recuperação judicial nos Estados Unidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.