Empresas dos EUA mostram-se menos otimistas sobre 1º tri por tarifas de Trump

Publicado 24.03.2025, 10:05
Atualizado 24.03.2025, 10:10
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Por Caroline Valetkevitch

NOVA YORK (Reuters) - Analistas que acompanham resultados de empresas dos Estados Unidos estão mais cautelosos sobre as perspectivas para o primeiro trimestre deste ano diante dos impactos das tarifas comerciais impostas pelo bilionário presidente do país, Donald Trump.

Apple (NASDAQ:AAPL), Tesla (NASDAQ:TSLA) e Ford (NYSE:F) Motor estão entre as empresas que mais contribuíram para as estimativas recentemente reduzidas para o trimestre, juntamente com algumas seguradoras, cujas projeções foram prejudicadas pelos incêndios na Califórnia no início deste ano, de acordo com Tajinder Dhillon, analista sênior da Lseg.

As previsões do S&P 500 para o primeiro trimestre de 2025 caíram 4,5 pontos percentuais desde 1º de janeiro, a maior revisão para baixo desde o quarto trimestre de 2023, disse ele.

O crescimento do lucro de empresas do S&P 500 agora é esperado em 7,7% sobre um ano antes, o que seria o menor desde o terceiro trimestre de 2023 e um grande declínio em relação aos 17,1% do quarto trimestre de 2024, com base nos dados da Lseg de sexta-feira.

Embora algumas empresas já tenham apresentado balanços sobre o  trimestre, ainda faltam algumas semanas para o início não oficial da temporada do primeiro trimestre.

"Você sabe que existe esse viés negativo por aí. Só não se sabe até que ponto", disse Michael O’Rourke, estrategista-chefe de mercado da JonesTrading em Stamford, Connecticut.

As estimativas de lucros normalmente diminuem nas semanas que antecedem um novo período de divulgação de resultados, uma vez que as empresas se orientam de forma mais conservadora, mas a maioria das companhias geralmente supera essas expectativas reduzidas.

Nas últimas semanas, aumentaram os temores de que as tarifas de importação dos EUA e a retaliação dos agora ex-parceiros comerciais dos EUA, juntamente com os cortes de despesas do governo norte-americano,  possam levar a economia norte-americana à recessão.

"Muitas pessoas estão preocupadas com coisas como tarifas... Na verdade, é uma desaceleração econômica ampla que seria muito difícil para as empresas enfrentarem", disse Sameer Samana, estrategista sênior de mercado global do Wells Fargo (NYSE:WFC) Investment Institute.

Alguns investidores esperavam que os resultados do primeiro trimestre pudessem ser um catalisador para os ganhos do mercado após a forte venda. O S&P 500 ainda está sendo negociado a um múltiplo de 21 vezes os lucros futuros, em comparação com uma média de cerca de 18 nos últimos 10 anos, com base nos dados da Lseg.

Em 30 de janeiro, a Apple divulgou lucro de quarto trimestre que superou expectativas de analistas, mas as vendas do iPhone e a receita da empresa na China para o quarto trimestre foram fracas devido à concorrência e à lenta implementação de recursos de inteligência artificial. Na quinta-feira, o The Information informou, citando fontes, que a Apple está perdendo mais de US$1 bilhão por ano com seu serviço de streaming Apple TV+.

Em fevereiro, a Ford projetou perdas de até US$5,5 bilhões em suas operações de veículos elétricos e software este ano.

As montadoras têm estado em foco, com a Casa Branca dizendo no início deste mês que Trump as isentará de tarifas de 25% sobre o Canadá e o México por um mês.

Alguns analistas consideram os incêndios florestais na Califórnia em janeiro como um dos desastres naturais mais caros para as seguradoras. A Travelers Companies disse em fevereiro que prevê perdas de US$1,7 bilhão em catástrofes antes dos impostos devido aos incêndios florestais.

No setor aéreo, as ações caíram recentemente, uma vez que a Delta Air Lines (NYSE:DAL) e outras empresas cortaram drasticamente previsões de lucros, citando a incerteza sobre os gastos dos consumidores.

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