SÃO PAULO (Reuters) - A aquisição da empresa de gasodutos TAG junto à Petrobras (SA:PETR4) é uma aposta da francesa Engie no desenvolvimento do mercado de gás do Brasil, que deverá passar por abertura semelhante a movimento visto no passado no setor elétrico local, disse o CEO da Engie no Brasil, Mauricio Bahr, em teleconferência com acionistas sobre o negócio.
O gerente de Relações com Investidores da Engie Brasil Energia (SA:EGIE3), Rafael Bósio, acrescentou que a empresa pretende ainda inscrever um projeto de termelétrica a gás no leilão de energia A-6 que será realizado pelo governo em setembro, no qual serão contratadas usinas de geração para entrada em operação a partir de 2025.
"Geração térmica a gás natural é um dos focos", afirmou.
Segundo os executivos, a aquisição da TAG será financiada em 70 por cento por um grupo de bancos, sendo parte da operação em reais e parte em dólares.
"A parte em moeda estrangeira está 100 por cento atrelada a recebíveis também vinculados à mesma moeda. Não haverá nenhum tipo de exposição (a risco cambial) em função disso", afirmou Bahr, ao ser questionado por analistas.
A Engie já tem compromisso firme com um grupo de bancos brasileiros e internacionais para o financiamento do negócio, conforme publicado pela Reuters no sábado.
A Engie e o fundo de pensão canadense Caisse de dépôt et placement du Québec (CDPQ) apresentaram a melhor oferta por 90 por cento da TAG, uma proposta vinculante que representa valor de empresa de 35,1 bilhões de reais por 100 por cento do ativo em dezembro de 2017 (8,6 bilhões de dólares), conforme divulgado pela Petrobras na sexta-feira.
(Por Luciano Costa)