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Após sugerir um cenário de estabilidade em maio, os resultados do Índice do Varejo Stone (NASDAQ:STNE) (IVS) para junho trouxeram sinais mais claros de arrefecimento da atividade varejista, com uma queda mensal, sazonalmente ajustada, de 4,2% e uma queda de 0,53% na comparação do acumulado do semestre em relação ao semestre anterior. Os resultados negativos se repetem, ainda, nos demais recortes da análise.
Entre os oito segmentos abordados no relatório, todos apresentaram queda em junho. A pior delas foi no setor de Móveis e Eletrodomésticos, que já vinha performando abaixo ao longo do ano e registrou uma queda de 6,4% no volume de vendas este mês. No acumulado do semestre vs o semestre anterior, o resultado foi uma retração de 3,5%, destacando a piora do desempenho do segmento no ano de 2025.
No fechamento de cada trimestre, o relatório acrescenta uma análise dos resultados comparativos entre bens mais sensíveis ao crédito e bens mais sensíveis à renda. Em junho, ambos apresentaram quedas, de 3,9% para o primeiro e 3,7% para o último. No acumulado do ano até aqui, em relação ao semestre anterior, o resultado de retração se repete: uma queda de 0,25% para bens mais sensíveis à renda, frente a uma queda de 0,32% dos bens mais sensíveis ao crédito.
A comparação entre vendas em lojas físicas e vendas por canais digitais diretos também traz queda mensal para os dois índices. O varejo digital registrou uma queda de 4,5% no volume de vendas e o varejo físico teve uma retração de 3,4%. Quando abrimos a análise para os entes da federação, se observa uma piora considerável, com apenas quatro estados com resultados positivos em junho. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste tiveram queda em todos os estados e a maior alta em junho foi de 4,5% nas vendas no Amapá.
A política monetária restritiva e o elevado comprometimento da renda das famílias com o serviço da dívida (que permanece alto, em mais de 27%) podem estar pressionando negativamente a atividade varejista. Além disso, apesar dos os últimos resultados do mercado de trabalho ainda apontarem aquecimento, com novo recuo da taxa de desemprego para 6,2% e a criação de 175.824 postos de vagas formais em maio, eles vieram ligeiramente abaixo das expectativas, o que pode indicar uma estabilização da atividade econômica.
Paralelamente, a inflação segue persistentemente em um patamar elevado, mas mostra sinais de acomodação, com o índice registrando a segunda queda consecutiva no acumulado dos últimos 12 meses em maio. Assim, ainda é prematuro afirmar, mas é possível que esses resultados indiquem o início de uma consolidação do cenário de desaceleração econômica em uma resposta ao ciclo de alta da taxa de juros.
Isso se reflete, por exemplo, nas últimas divulgações do Índice de Confiança do Consumidor (-0,8 ponto em junho) e o Índice de Confiança Empresarial (-1,7 ponto em junho), ambos do FGV IBRE. Esses quedas sugerem que alguns agentes já podem estar antecipando uma possível retração no cenário macroeconômico. Estar atento aos resultados dos próximos meses é essencial para entender se essa leitura se confirmará.