Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com - Os resultados do quarto trimestre da Equatorial (SA:EQTL3), apresentados após o fechamento do pregão de quarta-feira (24), superaram as expectativas do mercado, devido principalmente à entrega de projetos de transmissão, à reversão de gastos com provisões, a melhorias operacionais e a um melhor controle de custos.
O lucro de R$ 928 milhões ficou muito acima da estimativa de R$ 684 milhões da XP Investimentos. Em termos de lucro por ação, a companhia apresentou cerca de R$ 1,39, versus a projeção do Goldman Sachs de R$ 0,55.
Impulsionado por uma série de eventos não recorrentes, o Ebitda do trimestre ficou em R$ 2,282 bilhões. O Ebitda ajustado, de R$ 1,264 bilhão, ficou 36% acima das projeções do BTG Pactual, 25% acima da expectativa da XP e 19% acima da estimativa do Goldman. O número representa ainda alta de 64% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os resultados acima do esperado foram causados, na visão dos analistas, por uma série de fatores, como a entrega antecipada de quatro projetos de transmissão, que ajudaram a empurrar o Ebitda de transmissão para R$ 112 milhões, versus R$45 milhões no mesmo período de 2019.
Outro fator positivo foi a reversão maior do que a esperada de gastos com provisões nas subsidiárias Cemar (SO:EQMA3B), do Maranhão, Cepisa, do Piauí, e Ceal, do Alagoas. A reversão, de R$ 21 milhões, ficou muito acima da projeção de - R$ 91 milhões do Goldman.
Houve ainda crescimento anual de 1,7% nos volumes, devido a um aumento de 6,1% no consumo residencial e de 1% no segmento industrial, que mais do que compensaram a queda no consumo comercial.
A companhia registrou também um melhor mix de receitas e controle de custos, especialmente nas subsidiárias Cepisa e Ceal. O BTG menciona ainda, como fator que ajudou o resultado, números acima do esperado na revisão extraordinária de tarifas da Cepisa. Finalmente, os indicadores de qualidade melhoraram para todas as subsidiárias.
Após a divulgação do balanço, o papel recebeu recomendação de Compra do BTG, com preço-alvo de R$ 27, do Goldman (R$ 28) e da Ativa Investimentos (R$ 26,20), e recomendação Neutra da XP, com preço-alvo de R$ 22.
Na visão do Goldman, a companhia, uma operadora premium com capacidade comprovada de turnaround em ativos problemáticos, vem sendo negociada a um valuation atrativo. O banco destaca ainda o histórico comprovado do time administrativo e a boa alocação de capital.
A ação fechou o pregão desta quinta-feira em forte alta de 6,66%, a R$ 22,42, contrariando as expectativas do Goldman, que não esperava que o resultado fosse um catalisador para o papel. O Ibovespa, após dia atribulado, terminou as negociações em alta de 1,50%, aos 113.750 pontos.
Os principais riscos para a performance da ação, na visão do Goldman, são possíveis atrasos operacionais na entrega de projetos de transmissão, mudanças na taxa regulatória de remuneração de capital e atrasos na recuperação econômica do país.