Mercado reduz previsão de inflação este ano a 5,05% e vê superávit comercial menor em 2025 e 2026
NOVA YORK (Reuters) - Especulações sobre a possível aquisição do Northern Trust reavivaram esperanças do setor de acordos entre grandes bancos regionais e dos EUA, impulsionando conversas preliminares que poderiam levar à consolidação, de acordo com executivos financeiros e analistas.
As discussões sobre possíveis fusões e aquisições entre bancos de Wall Street e grandes credores regionais aumentaram nas últimas semanas, em uma grande mudança sob o governo Trump, depois que os reguladores do governo Biden se opuseram ou bloquearam grandes negócios, de acordo com três executivos financeiros que se recusaram a mencionar conversas específicas ou serem identificados, citando discussões confidenciais.
Na quinta-feira, o Federal Reserve propôs mudanças na forma como avalia os grandes bancos, tornando mais fácil para as empresas manterem uma recomendação de "bem administradas" ao exigir a presença de deficiências em várias categorias antes de serem rebaixadas. A medida pode ser uma vantagem para as negociações de bancos maiores, uma vez que as empresas que não forem consideradas "bem administradas" estão impedidas de fazer aquisições.
"Do ponto de vista regulatório, o que vimos foi muito mais clareza e (...) um retorno a um ambiente mais permissivo", especialmente para fusões, disse James Stevens, sócio que assessora instituições financeiras na Troutman Pepper Locke.
As medidas dos órgãos reguladores para agilizar as aprovações de negócios "certamente abriram mais as portas para que os bancos maiores falassem em se unir", disse ele.
As fontes disseram que, nas últimas semanas, executivos dos bancos se sentiram mais encorajados a considerar planos ambiciosos para comprar unidades de negócios ou até mesmo empresas inteiras.
Esse interesse crescente surgiu depois que o BNY abordou o Northern Trust para expressar interesse em uma fusão, informou o Wall Street Journal no mês passado, embora o alvo tenha dito que deseja permanecer independente. Enquanto isso, órgãos reguladores aprovaram a compra da Discover Financial Services (NYSE:DFS) pela Capital One por US$35,3 bilhões em abril.
O BNY divulgará seus lucros na terça-feira, juntamente com o JPMorgan (NYSE:JPM), o Wells Fargo (NYSE:WFC) e o Citigroup (NYSE:C). As empresas provavelmente serão questionadas sobre seu interesse por fusões e aquisições durante as chamadas de analistas.
O BNY e o Northern Trust não quiseram comentar.
FUSÕES E AQUISIÇÕES EM ALTA
Negociadores esperam que a atividade de fusões e aquisições de bancos aumente no segundo semestre do ano. A atividade ficou praticamente estável este ano, com 57 negócios fechados nos primeiros cinco meses de 2025, em comparação com 56 no ano anterior, e se concentrou principalmente entre os credores de menor porte, de acordo com dados da S&P Global Market Intelligence.
Os grandes bancos que estão buscando aquisições seletivas ou de complemento que acrescentem operações como gestão de patrimônio, fintech ou criptomoedas terão mais facilidade para obter a aprovação dos órgãos reguladores, disse um dos executivos.
Mas fusões maiores envolvendo bancos inteiros que atendem a regiões geográficas semelhantes têm maior probabilidade de enfrentar o escrutínio do governo, inclusive das autoridades antitruste, disse o executivo.
(Reportagem de Lananh Nguyen e Saeed Azhar em Nova York, reportagem adicional de Tatiana Bautzer e Pete Schroeder)
((Tradução Redação Barcelona)) REUTERS MS