Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com – O Goldman Sachs está pronto para divulgar seus lucros trimestrais que, segundo alguns analistas, podem estar entre os piores da história do gigante bancário. A montadora de carros elétricos Tesla e o grupo de streaming Netflix também apresentarão resultados após o sino. Em outro lugar, a Microsoft anuncia o preço de seu novo serviço de inteligência artificial generativa em seu software de produtividade. No Brasil, reforma do IR fica para depois.
1. Goldman Sachs completa os lucros dos bancos
O Goldman Sachs (NYSE:GS) deve revelar seus últimos retornos na quarta-feira, com alguns investidores se preparando para que a potência de Wall Street relate potencialmente um de seus trimestres mais fracos de todos os tempos.
A desaceleração nas negociações de ações e títulos, bem como uma queda esperada nas lucrativas taxas de investimento bancário, devem ter pesado bastante sobre o Goldman nos últimos três meses.
Os resultados recentes dos rivais mais próximos do gigante bancário apontam para o impacto da escassez de negociações. Na terça-feira, a receita do segundo trimestre do Goldman Morgan Stanley (NYSE:MS) proveniente de vendas e negociações caiu em mais de um quinto.
No entanto, os analistas temem que o Goldman enfrente outros problemas, a saber, uma baixa contábil prevista no valor de várias centenas de milhões de dólares, decorrente da compra do grupo de empréstimos para melhorias residenciais GreenSky, e perdas em suas carteiras de empréstimos imobiliários e ao consumidor.
O executivo-chefe David Solomon e outros membros da equipe de administração do Goldman já sinalizaram que este será um trimestre desafiador. Mas o quão ruim ele será permanece incerto.
2. Tesla e Netflix à frente
A Tesla (NASDAQ:TSLA) e a Netflix (NASDAQ:NFLX) também estão entre as maiores empresas que devem divulgar seus resultados na quarta-feira, à medida que o desfile de lucros do segundo trimestre ganha velocidade.
No caso da Tesla, o foco provavelmente se concentrará na margem bruta da gigante dos veículos elétricos, que os analistas esperam que caia para um "ponto baixo" após uma série de cortes de preços com o objetivo de aumentar os volumes e combater a intensificação da concorrência.
As ações da Tesla, no entanto, subiram nos últimos três meses graças aos sólidos números de entrega e aos acordos de cobrança com montadoras tradicionais como a GM (NYSE:GM) e a Ford (NYSE:F). As ações também foram absorvidas pelo entusiasmo em torno das empresas com exposição à inteligência artificial (IA).
Enquanto isso, os investidores estão curiosos para ver como a Netflix se saiu depois de lançar uma iniciativa em maio para reprimir o compartilhamento de senhas entre os usuários. De acordo com dados da empresa de análise de streaming Antenna, citados pelo Wall Street Journal, o número de novas assinaturas nos EUA entre 25 e 28 de maio atingiu seu nível mais alto em um período de quatro dias desde que a Antenna começou a compilar os números. Entretanto, os cancelamentos aumentaram em junho, segundo a Antenna.
Os observadores também estão ansiosos para ver se a Netflix faz algum comentário sobre a greve em andamento dos roteiristas e atores de Hollywood. O copresidente executivo Ted Sarandos disse em maio que, mesmo que essas ações trabalhistas se concretizem, a Netflix ainda pode contar com uma lista "robusta" de conteúdo futuro.
Tanto a Tesla quanto a Netflix devem apresentar seus relatórios após o fechamento das negociações nos EUA.
Os futuros das ações dos EUA subiram na quarta-feira, mas permaneceram, em sua maior parte, em torno da linha plana, com os investidores aguardando outro dia movimentado de lucros.
Às 8h (de Brasília), o contrato Dow futuros somava 0,14%, o S&P 500 futuros subia 0,09%, e o Nasdaq 100 futuros aumentava 0,22%.
O Dow Jones Industrial Average está saindo de sua sétima sessão positiva consecutiva, enquanto o índice de referência S&P 500 e o índice de alta tecnologia Nasdaq Composite também subiram. Os principais índices saltaram para seu melhor fechamento desde abril de 2022.
Mais de 80% das 38 empresas do S&P 500 que publicaram resultados apresentaram ganhos superiores, informou a CNBC, citando dados da FactSet. Juntamente com os dados da semana passada, com inflação mais lenta do que o esperado, os sólidos lucros podem ajudar a reforçar o argumento de que a economia dos EUA pode ser capaz de evitar uma desaceleração acentuada, apesar de uma série sem precedentes de aumentos das taxas de juros pelo Federal Reserve.
3. Microsoft fecha em alta recorde
As ações da Microsoft (NASDAQ:MSFT) atingiram seu maior fechamento já registrado na terça-feira, depois que o gigante do software anunciou o preço de seu conjunto de ferramentas de IA.
O grupo de tecnologia sediado em Redmond, Washington, disse que cobraria US$ 30 por mês pelo acesso a seus recursos de IA generativa em seus serviços de produtividade superpopulares, como o Microsoft 365.
Os analistas projetaram que a medida, que representaria um grande prêmio em cima do custo médio mensal pago pelos clientes do Microsoft 365, poderia levar a um aumento significativo nas receitas. Em uma nota, os analistas da Wedbush disseram que estavam "muito otimistas com a oportunidade de mercado total de IA na nuvem endereçável para a Microsoft, que poderia aumentar a receita da nuvem anualmente em 20% até 2025".
O executivo-chefe Satya Nadella defendeu o alto preço, dizendo em uma entrevista ao Financial Times que os novos recursos de IA são "da mesma classe de valor" que seus outros aplicativos onipresentes, como Word, Excel e Teams.
4. Petróleo sobe em meio a restrições de oferta e preocupações com a demanda
Os preços do petróleo subiram na quarta-feira, com os investidores de olho nas restrições de oferta, preocupações com a demanda dos EUA e promessas do governo da China de tomar medidas para revigorar a recuperação pós-pandemia do país.
Às 8h01, os futuros do petróleo dos EUA subiam 0,22%, para US$75,83 por barril, enquanto o contrato do Brent ganhava 0,39%, para US$79,94 por barril.
Do lado da oferta, dados do órgão do setor Instituto Americano do Petróleo na terça-feira mostraram que os estoques de petróleo bruto dos EUA caíram cerca de 0,8 milhão de barris na semana passada, após um aumento substancialmente maior do que o esperado na semana anterior. Os dados governamentais do Administração de Informações sobre Energia devem ser divulgados mais tarde na sessão.
O Federal Reserve está amplamente projetado para aumentar os custos de empréstimos em mais 25 pontos-base este mês, de acordo com a Ferramenta de monitoramento da taxa do Fed da Investing.com. A decisão pode pesar sobre a demanda nos EUA, o maior consumidor de petróleo do mundo.
Enquanto isso, a China, a segunda maior economia do mundo e principal importadora de petróleo, praticamente não cresceu no segundo trimestre. Mas Pequim se comprometeu a introduzir novas políticas para "restaurar e expandir" o consumo no país, o que poderia dar algum impulso à demanda de petróleo.
5. Reforma do Imposto de Renda no Brasil deve ficar para o fim do ano
A segunda fase da Reforma Tributária, que aborda renda e patrimônio, deve ficar para final do ano. No momento, o objetivo da equipe econômica é focar na tributação sobre o consumo, que ainda deve tramitar no Senado em agosto, com prazo de votação de dois meses.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem que o governo pretende enviar ao Congresso a proposta de alteração na tributação da renda até o final do ano. Haddad afirmou que as discussões internas no Ministério ainda devem ter início.
A expectativa é de que as mudanças afetem os percentuais de lucros e dividendos de sócios de companhias. A taxação de dividendos volta às atenções dos investidores, medida que foi defendida pelo ex-ministro da Economia Paulo Guedes. Em 2021, Guedes propôs uma alíquota considerada por ele “modesta” de 20% diretamente na fonte de lucros e dividendos, mas não houve avanço dessa pauta.
Às 8h02 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ)recuava 0,59% no pré-mercado.
O que esperar para as ações da BB (BVMF:BBAS3) Seguridade? Confira no novo episódio do podcast Tese de Investimentos, disponível no Spotify, Deezer, Apple e Google Podcasts. Siga o Investing.com Brasil na sua plataforma de áudio favorita!