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Fique por dentro das 5 principais notícias do mercado desta quinta-feira

Publicado 04.05.2023, 06:46
Atualizado 04.05.2023, 08:01
© Reuters.
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Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo

Investing.com – O Federal Reserve sinaliza um possível fim de sua campanha de aumento de juros de um ano, enquanto outro banco regional em dificuldades nos EUA flerta com o colapso. Enquanto isso, expectativa para que a Apple revele bilhões de dólares em novas recompras de ações e a Shell (NYSE:SHEL) se torne a mais recente importante petroleira a divulgar resultados trimestrais melhores do que o esperado. No Brasil, Copom mantém juros.

1. O fim de uma era para o Fed?

"Há uma sensação de que estamos muito mais perto do fim do que do começo."

Foi o que disse o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em uma coletiva de imprensa depois que o Comitê Federal de Mercado Aberto do banco central dos EUA decidiu, por unanimidade, elevar o taxas de juros em 25 pontos-base para a faixa 5%-5,25%.

Esse foi o décimo aumento consecutivo dos custos de empréstimos para o Fed, mas os observadores que ouviram atentamente os comentários de Powell na quarta-feira perceberam que os formuladores de políticas podem achar que uma pausa nesse ciclo de aperto pode estar próxima. Com o crescimento econômico mostrando sinais de estagnação e uma crise de crédito ameaçando os bancos regionais, o impacto da campanha de aumentos das taxas do Fed com o objetivo de controlar a inflação descontrolada está começando a ser sentido.

Ecoando esse sentimento, o guidance do FOMC foi revisado para dizer que novos dados e o efeito geral das taxas elevadas desempenhariam um papel na determinação da necessidade de aumentos adicionais. De forma reveladora, Powell chamou isso de uma mudança "significativa" em sua perspectiva. O tempo dirá se isso significa que uma pausa é iminente.

2. PacWest avalia suas opções; expectativa do balanço da Apple

O mal-estar entre os credores de médio porte dos EUA se intensificou na quarta-feira, com o PacWest Bancorp (NASDAQ:PACW), sediado em Beverly Hills, tornando-se o mais recente banco a oscilar à beira de um possível colapso.

Em um comunicado, o PacWest disse que foi abordado por "vários parceiros e investidores em potencial" em uma tentativa de garantir uma salvação financeira, acrescentando que essas discussões estão em andamento.

Os comentários foram feitos depois que as ações do banco caíram mais de 50% nas negociações após o fechamento, depois de uma reportagem da Bloomberg de que o banco estava analisando suas opções estratégicas, incluindo uma possível venda. Citando pessoas familiarizadas com a situação, a Bloomberg disse que o PacWest está trabalhando com um consultor financeiro para explorar também um possível desmembramento ou aumento de capital.

Os problemas da PacWest praticamente anulam as esperanças nascentes de que a aquisição emergencial do First Republic, em dificuldades, no início desta semana pelo JPMorgan (NYSE:JPM), pudesse conter a crise mais urgente do setor bancário dos EUA desde 2008.

Os contratos futuros de ações dos EUA. foram moderados na quinta-feira, com os investidores digerindo a decisão do Fed e atentos à turbulência nos bancos regionais.

Às 7h58 (de Brasília), o contrato Dow futuros recuava 0,28%, o S&P 500 futuros caía 0,26% e o Nasdaq 100 futuros subia 0,10%.

Após o fechamento dos mercados dos EUA, aguarda-se a divulgação dos lucros da gigante da tecnologia Apple (NASDAQ:AAPL). Espera-se que a empresa sediada na Califórnia reporte uma queda nas vendas pelo segundo trimestre consecutivo, com os analistas projetando uma queda de cerca de 5% na receita devido à demanda mais fraca por seus produtos Mac e iPad.

No entanto, não se espera que esses retornos impeçam a fabricante do iPhone de revelar um aumento maciço em seu programa de recompra de ações. Os relatórios sugerem que os analistas acreditam que as recompras, que são vistas como um indicador da força geral do negócio, podem valer US$ 90 bilhões.

3. Uma vitória para Shell

A Royal Dutch Shell (LON:SHEL) registrou lucro melhor do que o esperado no primeiro trimestre, uma vez que a maior produtora de petróleo e gás da Europa foi impulsionada, em parte, pelo forte desempenho do comércio de combustíveis, que ajudou a compensar a redução dos preços da energia.

O lucro ajustado nos três primeiros meses do ano aumentou 5,7% em comparação com o mesmo período do ano passado, para US$ 9,65 bilhões, superando as estimativas de consenso da Bloomberg de US$ 8,14 bilhões. Sua divisão de produtos químicos e refinados teve um trimestre excelente, com um aumento de 52% no lucro em relação ao ano anterior, chegando a US$ 1,78 bilhão.

Os resultados da Shell marcam a mais recente batida das principais empresas de petróleo durante esta temporada de lucros. As rivais BP (LON:BP) e Exxon Mobil (NYSE:XOM) apresentaram retornos superiores aos projetados, graças à demanda resiliente que ajudou a limitar o impacto da recente queda nos preços do petróleo.

Separadamente, os analistas receberam muito bem a decisão da Shell de manter seu ritmo de recompra de ações em US$ 4 bilhões nos próximos três meses. As recompras têm sido um pilar fundamental do esforço do executivo-chefe Wael Sawan para reduzir a diferença de avaliação entre a Shell e seus pares norte-americanos.

4. Dia de decisão para o BCE

O Banco Central Europeu é amplamente cotado para aumentar as taxas de juros em sua última reunião do conselho de administração na quinta-feira, mas resta saber se as autoridades em Frankfurt começarão a apoiar uma flexibilização gradual em um recente ciclo de aperto da política monetária.

Os dados de inflação da zona do euro nesta semana ajudaram a reforçar o caso para uma abordagem mais branda do BCE, que fez da contenção do crescimento dos preços uma prioridade máxima. Os preços básicos - um importante indicador de inflação para o banco central que exclui os preços voláteis de alimentos e energia - caíram em abril para 5,6%, embora a leitura permaneça bem acima da meta declarada de 2% do BCE.

Enquanto isso, uma pesquisa do BCE sobre os dados de empréstimos de março mostrou que os bancos estavam tornando mais difícil para os tomadores de empréstimo obter crédito.

Com esses desenvolvimentos em mente, os analistas do ING previram que o BCE entregará "pelo menos" mais dois aumentos durante sua atual campanha de aumento de juros: um de 25 pontos-base hoje, seguido por um novo aumento adicional em sua próxima reunião em junho.

5. No Brasil, juros são mantidos em 13,75%

Após reunião de dois dias, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu na noite desta quarta-feira, 03, manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75%. A decisão do colegiado foi unânime e veio conforme as projeções consensuais do mercado.

Na visão do economista do Santander (BVMF:SANB11), Mauricio Oreng, a autoridade monetária reconhece que recentes iniciativas do governo, como a reoneração dos combustíveis e a proposta do novo arcabouço fiscal, diminuíram as incertezas a respeito da política fiscal, mas pondera que a desinflação é um processo mais lento diante de expectativas desancoradas, o que demandaria paciência e serenidade na condução.

“As projeções de inflação do BCB continuam a sugerir que, na ausência de mudanças relevantes nas variáveis-chave que influenciam os modelos do BCB, não há espaço para corte de juros no curto prazo. Mas os números também reforçam novamente o sinal de que, nas condições atuais, um aumento de juros não é necessário para a autoridade atingir seus objetivos”, avalia Oreng. O Santander espera cortes graduais de juros a partir de novembro.

Para Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, as mudanças no comunicado sugerem que o BC “não vê espaço para flexibilização iminente, mas abre espaço para cortes adiante com a rolagem do horizonte relevante”. A Tenax projeta corte na reunião de setembro, com possibilidade de antecipação para agosto.

Às 7h58 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) estava estável.

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