Por Geoffrey Smith e Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - Crise hídrica e ruídos fiscais estão cortando a expectativa do PIB do Brasil após a pequena queda do 2º trimestre. Os dados dos pedidos iniciais por seguro-desemprego fornecerão o mais recente panorama do mercado de trabalho dos EUA antes do relatório da folha de pagamento de sexta-feira.
O euro e as criptomoedas avançam ainda mais em relação ao dólar, a Apple cede na luta pelo processamento de pagamentos e o Alibaba paga o preço da política de Pequim para reduzir a desigualdade.
Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na quinta-feira, 2 de setembro.
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1. PIB, Imposto de Renda e minirreforma Trabalhista
Analistas estão cortando a expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, por causa da crise hídrica e dos ruídos políticos e fiscais no país. O Credit Suisse (SIX:CSGN) reviu a sua previsão para 2021 de 5,5% para 5,3% e o Bank of America agora espera por um crescimento de 5,2%.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, por outro lado, se mantém confiante: "Este ano vamos crescer 5,3%, 5,4% e podemos crescer bastante ano que vem", disse no encontro da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo. As estimativas foram feitas após o IBGE divulgar que o PIB recuou 0,1% no segundo trimestre.
Ontem, a Câmara dos Deputados aprovou, por 398 a 77, o texto-base da reforma que altera o Imposto de Renda para pessoas físicas, empresas e investimentos. Com o apoio da oposição, o texto foi modificado para deixar de fora a restrição do acesso à declaração simplificada e para ampliar incentivos fiscais para setores específicos.
Novas concessões foram feitas, com redução da arrecadação federal, sem que cálculos tenham sido apresentados pela equipe econômica. Os deputados agora analisam 26 sugestões de alteração do texto-base, chamados de destaques, entre eles a questão da tributação de dividendos com uma taxa de 15%.
Enquanto isso, no Senado, a Casa rejeitou, por 47 votos a 27, a Medida Provisória que promovia uma minirreforma trabalhista, em uma nova derrota para o governo. A medida foi alvo de críticas dos senadores pelo pouco tempo para discussão das ações e também pelo risco de fragilização das relações trabalhistas com a possibilidade de contratação sem carteira assinada.
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2. Pedidos de seguro-desemprego entre um relatório fraco da ADP e o payroll
Uma nova enxurrada de dados econômicos será divulgada mais tarde, um dia após um relatório aparentemente fraco da folha de pagamentos do setor privado da ADP cimentar as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) não apertará a política monetária até pelo menos novembro.
Os dados semanais de pedidos por seguro-desemprego às 09:30 indicarão se as dispensas aumentaram como resultado da desaceleração sugerida em outros dados de alta frequência. Espera-se que as solicitações iniciais pelo benefício caiam de 353.000 na semana passada para 345.000. De mais interesse do que o normal, dado o destaque sobre as pressões inflacionárias, podem ser os números de custo de unidade de trabalho para o segundo trimestre, que serão divulgados ao mesmo tempo, enquanto os pedidos de bens duráveis de julho saem às 11h00.
No final do dia, haverá discursos de Raphael Bostic e Mary Daly,presidentes do Federal Reserve de Atlanta e São Francisco, respectivamente.
3. Futuros de Nova York em alta; Apple e empresas de pagamentos em destaque
Os mercados de ações dos EUA devem abrir em alta mais tarde, mas essencialmente flutuando bem dentro da faixa de negociação dos últimos 10 dias, conforme a atenção gradualmente se volta para o relatório oficial do mercado de trabalho de sexta-feira.
Por volta das 08h27, os futuros do Dow Jones, os futuros do S&P 500 e os futuros do Nasdaq 100 avançavam respectivamente 0,12%, 0,14% e 0,22%.
As ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem a Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34), que disse na quarta-feira que pretende permitir que empresas terceirizadas de pagamento processem mais transações por meio de sua loja de aplicativos - curvando-se diante de um vento de mudança que está varrendo a regulamentação global da Internet. A mudança permitirá que empresas como Spotify (NYSE:SPOT) (SA:S1PO34) e Netflix (NASDAQ:NFLX) (SA:NFLX34) mantenham mais taxas de assinatura processadas na loja de aplicativos da Apple.
Também em foco estará a ChargePoint (NYSE:CHPT), empresa de infraestrutura de carregamento de veículos elétricos (EV, na sigla em inglês), que elevou sua orientação para o ano, visto que a penetração de EV na Europa e nos EUA foi mais rápida do que o esperado no segundo trimestre.
A Broadcom (NASDAQ:AVGO) (SA:AVGO34) e a Hewlett Packard Enterprise (NYSE: HPE) (SA:HPQB34) divulgarão balanço hoje após o fechamento.
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4. A fraqueza do dólar eleva o euro e as criptomoedas
O euro atingiu seu ponto mais alto em três semanas em relação ao dólar, com o mercado começando a considerar a possibilidade de o Banco Central Europeu reduzir suas compras de títulos.
O BCE aumentou a taxa de compra de ativos no âmbito de seu programa de emergência pandêmica na primavera, contrariando o aumento nas taxas de longo prazo causado pela reabertura das economias dos EUA e da zona do euro. As especulações sobre o banco pelo menos reverter esse movimento aumentaram desde que as contas de sua última reunião de política monetária reconheceram a possibilidade de a inflação - que atingiu uma alta de 3% em 13 anos em agosto - ultrapassar muito ou por muito tempo.
O movimento do euro é parte de um amplo padrão de fraqueza do dólar desde o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira. Isso se estendeu às criptomoedas também, que aumentaram 5% ou mais em todas as transações durante a noite.
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5. Alibaba tosse para suprir o impulso de 'prosperidade comum'
O preço da destruição do gigante da tecnologia da China está se tornando cada vez mais claro - e cada vez mais alto. O Alibaba (NYSE:BABA) (SA:BABA34) disse na quinta-feira que alocará 100 bilhões de iuans (US$ 15,5 bilhões) até 2025 em apoio ao novo esforço do governo por "prosperidade comum", informou o veículo de imprensa apoiado pelo governo Zhejiang Daily, na quinta-feira.
O investimento do Alibaba irá para o apoio a pequenas e médias empresas e agricultura, e para a criação de um "fundo de desenvolvimento de prosperidade comum" de 20 bilhões de iuans, disse o jornal.
A Alibaba, sediada em Zhejiang, é a última empresa a desviar lucros significativos dos acionistas para projetos do governo: a Tencent (HK:0700) anunciou um fundo de US$ 7,7 bilhões na semana passada, enquanto a Pinduoduo (NASDAQ:PDD) disse que reservaria seu primeiros US$ 100 milhões de lucro para fins filantrópicos.