Por Geoffrey Smith
Investing.com – As ações do First Republic Bank (NYSE:FRC) se recuperavam antes da abertura dos mercados nesta terça-feira, 21, em Nova York, diante de sinais de avanço de esforços privados e governamentais para respaldar suas operações.
Às 9h25 de Brasília, os papéis do banco se valorizavam 23,41%, a US$ 15,03. Isso representa cerca de 10% do que a instituição valia há apenas duas semanas.
A Bloomberg informou ontem que as autoridades federais estão buscando formas de expandir temporariamente o seguro de todos os depósitos do sistema bancário. De acordo com a agência de notícias, profissionais do Tesouro americano estariam avaliando se têm poderes para dar um passo politicamente controverso, aumentando os gastos do governo, no momento em que se acirra o debate sobre o teto do endividamento do país.
Se tal movimento ocorrer, aliviaria a pressão sobre o First Republic e vários outros bancos regionais de médio porte que entraram com pedidos de recuperação judicial nos últimos dias, diante da corrida dos clientes por seus depósitos, a fim de evitar que seus recursos ficassem presos em caso de uma quebra dessas instituições, como o Silicon Valley Bank e o Signature Bank.
“Qualquer garantia universal sobre todos os depósitos bancários, seja implícita ou explícita, seria um precedente perigoso, incentivando comportamentos futuros irresponsáveis a serem pagos por aqueles seguiram as regras”, declarou o Republican House Freedom Caucus em um comunicado na segunda-feira, 20.
Separadamente, o Wall Street Journal informou que o CEO do JPMorgan (NYSE:JPM), Jamie Dimon, estaria negociando com outros CEOs de bancos um apoio maior e mais radical ao First Republic, após a injeção de US$ 30 bilhões feita por um consórcio de 11 grandes instituições bancárias na semana passada não conseguir respaldar os papéis do banco problemático. A CNBC informou que a administração do First Republic identificou um rombo de $ 25 bilhões no balanço do banco, decorrente de perdas não realizadas em suas carteiras de títulos e empréstimos hipotecários.
No final de 2022, o patrimônio do First Republic era avaliado em US$ 17,5 bilhões, com perdas não realizadas de US$ 5,3 bilhões em sua carteira de títulos. Embora a situação seja mais favorável que a do SVB, cujas perdas com títulos destruíram todo o seu patrimônio, o FRC também tem cerca de US$ 93 bilhões em hipotecas de taxa fixa em seu balanço, cuja maior parte é oferecida abaixo do custo atual de financiamento do banco. A diferença entre o valor justo dessa carteira e seu valor contábil foi de US$ 19 bilhões.
Ao mesmo tempo, a Moody's e a Standard & Poor's rebaixaram suas classificações de risco de crédito do First Republic na segunda-feira.