(Reuters) - A Ford (NYSE:F) Motor afirmou nesta segunda-feira que pausou os trabalhos em uma fábrica de baterias elétricas que custou 3,5 bilhões de dólares no Michigan, citando preocupações sobre sua capacidade de operar a planta de forma competitiva. O anúncio ocorre em um momento no qual a Ford aumentou repetidamente suas ofertas ao sindicato United Auto Workers nas negociações coletivas, sem ainda obter um acordo. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve visitar Michigan nesta terça-feira e se juntar a um piquete dos sindicalistas, em apoio aos funcionários em greve nas três montadoras conhecidas como Detroit Three: Ford, General Motors (NYSE:GM) e Stellantis (NYSE:STLA). Republicanos do Congresso estão investigando a fábrica de baterias da Ford em Marshall, no Michigan, usando tecnologia da CATL, a maior fabricante do mundo, sob alegações de que isso poderia facilitar o fluxo de incentivos fiscais dos EUA para a China, deixando a montadora dependente da tecnologia chinesa. “Estamos pausando os trabalhos e limitando os gastos de construção no projeto Marshall, até que estejamos confiantes na nossa habilidade de operar competitivamente a planta”, disse a Ford nesta segunda-feira, negando-se a informar o que causou a decisão. “Não tomamos nenhuma decisão final sobre o planejado investimento lá.” Em julho, a Ford previu prejuízos de 4,5 bilhões de dólares em sua unidade de veículos elétricos, 50% maior do que o projetado no começo do ano. A empresa também disse que estava desacelerando a produção de carros elétricos. A empresa informou que planeja quadruplicar as vendas de modelos híbridos nos próximos cinco anos. Alguns parlamentares republicanos de Michigan questionam os 1,7 bilhão em incentivos fiscais para a fábrica de Marshall, na qual a Ford planeja empregar 2.500 trabalhadores. (Reportagem de David Shepardson)