Moraes determina investigação sobre suspeita de "insider trading" em anúncio de tarifa de Trump
Investing.com – As ações nos Estados Unidos ampliaram as perdas nesta quarta-feira, diante de uma série de dados que indicam desaceleração econômica, em meio à continuidade de uma intensa agenda de balanços corporativos.
Às 10h45 de Brasília, o índice Dow Jones recuava 605 pontos, ou 1,49%. O S&P 500 perdia 105 pontos, ou 1,90%, enquanto o Nasdaq Composite caía 411 pontos, ou 2,36%.
Wall Street vem enfrentando um mês volátil. Após a imposição de tarifas pelos EUA no início de abril, houve forte movimento de venda que chegou a empurrar o S&P 500 para território de mercado de baixa. Desde então, os principais índices têm buscado reduzir as perdas do mês.
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PIB dos EUA recua no primeiro trimestre
O forte recuo no início de abril foi motivado por temores de que as tarifas comerciais afetassem o crescimento da maior economia do mundo.
De fato, a economia norte-americana contraiu 0,3% no primeiro trimestre, segundo dados divulgados mais cedo nesta quarta-feira, marcando desempenho inferior à expectativa de leve expansão de 0,2%. No trimestre anterior, o produto interno bruto havia avançado 2,4%.
Além disso, a criação de empregos no setor privado dos EUA decepcionou em abril. De acordo com o relatório da ADP, foram geradas 62 mil vagas no mês, bem abaixo das 147 mil registradas (e revisadas para baixo) em março.
No início da semana, dados mostraram que o índice de confiança do consumidor recuou para o menor nível desde maio de 2020, enquanto o número de vagas abertas no mercado de trabalho (JOLTS) caiu para 7,192 milhões em março, ante 7,48 milhões no mês anterior.
MAIS DETALHES: Economia dos EUA tem contração de 0,3% no primeiro trimestre
Alívio nas tensões comerciais melhora o clima
O sentimento nos mercados vinha mostrando recuperação diante da percepção de que o pior já teria passado em relação aos anúncios tarifários. Na terça-feira, o presidente Donald Trump assinou duas ordens antes do fechamento dos mercados para mitigar os efeitos das tarifas sobre o setor automotivo, oferecendo créditos tributários e isenções tarifárias para determinados insumos.
A decisão foi anunciada durante visita a Michigan, um dos polos industriais do setor automotivo nos EUA, às vésperas da entrada em vigor de tarifas de 25% sobre autopeças.
Em outro sinal positivo, o secretário de Comércio Howard Lutnick afirmou à CNBC que os EUA estão próximos de anunciar um importante acordo comercial.
Microsoft (NASDAQ:MSFT) e Meta no radar
A temporada de balanços segue intensa nesta semana, com cerca de um terço das empresas do S&P 500 programadas para divulgar seus resultados. O foco desta quarta-feira está nos números da Microsoft e da Meta Platforms (NASDAQ:META), controladora do Facebook, após o fechamento do mercado.
Essas companhias integram o grupo das “Sete Magníficas” da tecnologia, que inclui ainda Apple (NASDAQ:AAPL) e Amazon (NASDAQ:AMZN) ambas com divulgação de resultados prevista para quinta-feira. Embora tenham liderado os ganhos de mercado nos últimos anos, essas ações vêm apresentando desempenho mais fraco em 2025.
Também nesta quarta-feira, a Starbucks (NASDAQ:SBUX) registrou forte queda após relatar queda nas vendas globais comparáveis pelo quinto trimestre consecutivo, frustrando expectativas de recuperação.
A Caterpillar (NYSE:CAT) reportou lucro menor no primeiro trimestre, afetada pela demanda mais fraca diante da incerteza econômica.
A Norwegian Cruise Line (NYSE:NCLH) teve perdas expressivas após divulgar resultados decepcionantes e reduzir sua projeção de lucro ajustado para o ano, citando enfraquecimento da demanda.
A Super Micro Computer (NASDAQ:SMCI) também recuou fortemente após revisar para baixo suas projeções de receita e lucro no terceiro trimestre, em meio a atrasos nos gastos de clientes e preocupações com a desaceleração dos investimentos ligados à inteligência artificial.
A Snap Inc (NYSE:SNAP) caiu após divulgar receita acima do esperado no primeiro trimestre, mas se recusar a fornecer projeções futuras, alegando incertezas macroeconômicas que podem impactar a demanda por publicidade.
Petróleo caminha para maior queda mensal em três anos
Os preços do petróleo recuavam nesta quarta-feira e se encaminham para a maior queda mensal em mais de três anos, em meio à revisão negativa nas projeções de crescimento da demanda provocada pela guerra comercial global.
Ambos os contratos acumulam perdas superiores a 15% no mês, no pior desempenho percentual desde novembro de 2021.
As preocupações com a demanda global, intensificadas pelas disputas comerciais, continuam pressionando o sentimento dos investidores. Dados fracos sobre a atividade industrial da China, divulgados nesta manhã, reforçaram esse quadro.
(Com contribuição de Ayushman Ojha.)