Por Barbara Lewis
LONDRES (Reuters) - A Glencore (LON:GLEN) informou nesta quarta-feira que enfrentou um baque de 350 milhões de dólares depois que os preços do cobalto caíram pela metade, e que iniciou uma revisão de seus negócios de performance aquém do esperado na África, que será melhor explicada na semana que vem, com revisões de produção na República Democrática do Congo.
A produção de cobre no primeiro semestre de 2019 foi 5% menor que em igual período do ano passado, enquanto a produção de cobalto saltou 28%. A produção de zinco e carvão avançou 8% e 10%, respectivamente, enquanto a de níquel recuou 11% ante 2018, por conta de manutenções.
A exposição da Glencore ao risco na República Democrática do Congo e em Zâmbia pesou sobre o valor das ações da empresa, que recuaram, enquanto as de pares com mineração diversificada avançaram.
Em um comunicado, o presidente-executivo da Glencore, Ivan Glasenberg, afirmou que a empresa está lidando com os desafios em sua subsidiária congolesa, a Katanga Mining, com mudanças administrativas e revisões operacionais, enquanto em Zâmbia se aproxima do fim dos desenvolvimentos registrados há anos.
A decisão do governo zambiano de confiscar ativos da mineradora Vedanta alarmou a indústria, enquanto na República Democrática do Congo a Glencore enfrentou uma série de problemas, incluindo a morte de garimpeiros que invadiram sua concessão.
Após o colapso nos preços de commodities em 2015/16, a Glencore recuperou-se quando o mercado previu que sua disposição para operar em jurisdições complicadas garantia acesso privilegiado a minerais necessários para a mudança em direção a uma economia baseada em eletricidade.
Neste ano, porém, os investidores se mantiveram mais focados em evitar riscos, após acidentes fatais no setor, bem como por preocupações com as mudanças climáticas.
(Reportagem de Barbara Lewis)