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Ação da Smiles despenca quase 40% após Gol anunciar reorganização societária

Publicado 15.10.2018, 16:39
Atualizado 15.10.2018, 16:39
© Reuters. Aviões da Gol no aeroporto de Congonhas em São Paulo

© Reuters. Aviões da Gol no aeroporto de Congonhas em São Paulo

Por Marcelo Rochabrun e Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - As ações da companhia de programas de fidelidade de clientes Smiles (SA:SMLS3) despencavam quase 40 por cento nesta segunda-feira, o que fazia a empresa perder na sessão cerca de 2,5 bilhões de reais em valor de mercado. O tombo ocorreu depois que a controladora Gol (SA:GOLL4) Linhas Aéreas anunciou na noite do domingo que pretende incorporar a empresa no grupo, seguindo movimento semelhante anunciado recentemente pela concorrente Latam Airlines.

A Gol, que se separou da Smiles em 2013, afirmou que a decisão tem como objetivo cortar custos e melhorar a governança corporativa, uma vez que o grupo com a Smiles incorporada migrará para o segmento Novo Mercado, da B3. Além disso, a empresa citou que a reorganização é necessária devido à concorrência mais desafiadora nos mercados de aviação e de programa de fidelidade nos últimos anos no Brasil.

Em uma teleconferência descrevendo os detalhes da transação, o vice-presidente financeiro da Gol, Richard Lark, disse que o mercado criou expectativas indevidas para o sucesso financeiro da Smiles, que foi parte da razão por trás da fusão.

"Se você ler a maior parte dos relatórios sobre Smiles... eles assumem que a Smiles continuará aumentando sua receita em dois dígitos. Isso aconteceu por um tempo, mas não acreditamos que possa continuar no futuro", disse o executivo. "Embora isso possa parecer uma má notícia, a realidade é que estamos chegando à mesa para negociar um acordo justo para todos", acrescentou.

As ações da Smiles caíam 38,5 por cento por volta das 16h30, a 31,87 reais. Na mínima, bateram 30,86 reais, menor cotação intradia desde março de 2016. Na máxima histórica intradia, os papéis da empresa chegaram a valer mais de 90 reais. As preferenciais da Gol, por sua vez, subiam 3,55 por cento. No mesmo horário, o Ibovespa avançava 0,6 por cento.

Até o momento, a empresa registra uma perda de cerca de 2,5 bilhões de reais em valor de mercado, de cerca de 6,4 bilhões para ao redor de 3,9 bilhões de reais.

Após o anúncio, o BTG Pactual (SA:BPAC11) cortou a recomendação das ações da Smiles para 'neutra' e reduziu o preço-alvo a 50 reais, citando que a "Gol aparentemente não está mais alinhada com os interesses da Smiles", conforme relatório a clientes. Os analistas da casa avaliam que a Gol deve se beneficiar de maior flexibilidade nas transações relacionadas à Smiles e de sinergias significativas relacionadas a impostos. Eles estimam que as eficiências fiscais trazidas a valor presente podem superar 1,5 bilhão de reais para a Gol.

De acordo com o gestor de uma administradora de recursos com posição em Smiles, que pediu para não ter o nome citado, tal possibilidade era um risco que sempre se soube que poderia acontecer. "Apenas veio mais cedo do que o esperado", afirmou.

Segundo a companhia aérea, apesar dos esforços para aumentar a atratividade de seus produtos, as estruturas societárias separadas e as limitações impostas pelo contrato operacional com a Smiles se tornaram obstáculos para os investimentos necessários e para uma melhor coordenação do desenvolvimento de ofertas e produtos nos respectivos mercados.

"Os acionistas da Smiles tinham uma ação geradora de caixa, bons dividendos...acordaram com a ação de uma companhia aérea, exatamente o oposto do que buscavam", afirmou um gestor de outra administradora de recuros, que pediu para não ter o nome citado. Ele disse que estava com posição vendida no papel e que zerou a mesma nesta sessão após a notícia.

"Do ponto de vista dos acionistas da Gol, a decisão foi acertada... Os minoritários da Smiles são os principais prejudicados, mas já estavam cientes do risco", acrescentou citando movimentos semelhantes ocorridos no setor. Além da operação envolvendo TAM e Multiplus (SA:MPLU3), no início do ano a Air Canada anunciou que não renovaria seu contrato com a empresa de fidelidade Aimia, derrubando as ações da companhia.

"A Gol tem uma posição de caixa bastante frágil, então não pode se dar ao luxo de deixar dinheiro na mesa, então tem que comprar a Smiles pelo preço mais baixo possível."

ALTERNATIVA

A incorporação pretendida, que necessita de aprovação dos acionistas e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), será realizada por meio emissão pela Gol de ações preferenciais de uma classe atualmente existente e de uma nova classe de ações preferenciais resgatáveis pela Gol, em favor dos acionistas da Smiles. O resgates das ações PN especiais será feito em dinheiro, e o valor da transação não foi anunciado.

Somente em uma segunda etapa a Gol pretende migrar para o Novo Mercado. A ideia é ter apenas uma classe de ações com direito a voto negociada na B3 na Bolsa de Nova York mediante programa de American Depositary Share (ADS).

A Gol disse que se a reorganização não for aprovada, poderá buscar outras alternativas para incorporar a Smiles, incluindo uma oferta pública de aquisição (OPA).

Mas o presidente-executivo, Paulo Kakinoff, disse na teleconferência que espera que tal passo não seja necessário. "Quero deixar muito claro que a oferta pública não é nossa meta."

© Reuters. Aviões da Gol no aeroporto de Congonhas em São Paulo

A Gol acrescentou que os contratos operacionais entre a companhia aérea e a empresa do programa de fidelidade não serão renovados em 2032.

Se as transações da Gol e da Latam forem concluídas, não haverá empresas do programa de fidelidade listadas na bolsa de valores do Brasil.

No início de setembro, a TAM Linhas aéreas, subsidiária integral da Latam Airlines, decidiu fechar o capital da sua operadora de programa de fidelidade Multiplus, por meio de uma OPA.

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