A Administração Nacional de Segurança Rodoviária dos Estados Unidos (NHTSA) iniciou uma investigação sobre diversos incidentes envolvendo os veículos autônomos da Waymo, uma empresa de tecnologia de condução autônoma, subsidiária da Alphabet (NASDAQ:GOOGL), que também controla o Google. A investigação foca em 22 ocorrências em que os veículos da Waymo (chamados de robotáxi) estiveram envolvidos em colisões ou possíveis violações das leis de trânsito.
Os incidentes incluem colisões com portões, correntes, veículos estacionados e situações em que os carros autônomos pareceram desobedecer semáforos e outros dispositivos de controle de tráfego. Há relatos de veículos da Waymo dirigindo na contramão e entrando ilegalmente em locais de construção. Alguns desses incidentes foram reportados pela própria Waymo, enquanto outros foram coletados de fontes públicas.
Recentemente, vídeos mostrando veículos da Waymo dirigindo na contramão se tornaram virais. Em um deles, gravado em Tempe, Arizona, um veículo autônomo da Waymo tenta fazer uma conversão à esquerda, mas é bloqueado por carros no semáforo, levando-o a dirigir contra o fluxo. Em outro vídeo, filmado por um grupo de monociclistas elétricos, mostra um robotáxi dirigindo no lado errado da rua.
'O motorista mais confiável do mundo'
Christopher Bonelli, porta-voz da Waymo, expressou orgulho no histórico de segurança da empresa e afirmou o compromisso da Waymo com a transparência e a segurança. "Na Waymo, atualmente atendemos mais de 50 mil viagens semanais para nossos passageiros em alguns dos ambientes mais desafiadores e complexos", disse Bonelli, que ressalta a importância de colaborar com a agência de trânsito NHTSA "como parte da nossa missão de se tornar o motorista mais confiável do mundo".
A suspeita sobre a tecnologia de veículos autônomos e assistentes de direção aumentou após vários acidentes graves, quando um carro da Waymo atropelou um ciclista no início do ano e um veículo Cruise, empresa concorrente subsidiária da GM, atropelou e arrastou uma pedestre por 20 metros em outubro de 2023.
Em fevereiro, um carro autônomo da Waymo foi vandalizado e queimado por uma multidão de pessoas no bairro de Chinatown, em São Francisco, nos EUA. Desde que os veículos autônomos passaram a operar na cidade, hostilidades contra os automóveis têm sido registradas, como parte de um conflito entre a população e companhias de tecnologia.
Recentemente, a Tesla (NASDAQ:TSLA) fez um acordo em um processo sobre a morte de um ex-engenheiro da Apple (NASDAQ:AAPL) em 2018, cujo veículo autônomo da companhia, utilizando a direção Autopilot, bateu em uma barreira de rodovia na Califórnia. A Tesla argumenta que não foi responsabilizada porque avisa aos motoristas que eles estão, em última instância, no controle do veículo enquanto estão no Autopilot.
A investigação ocorre em um momento crucial para a Waymo, que recentemente recebeu aprovação para expandir suas operações de robotáxi para a cidade de Los Angeles. A empresa também começou a testar seus veículos em rodovias, preparando-se para viagens com passageiros. Todas as principais empresas do setor, incluindo Tesla, Cruise, Ford (NYSE:F) e Zoox, estão sendo investigadas pela NHTSA e entraram na mira das agências regulatórias.