PARIS/ZURIQUE (Reuters) - A Holcim pediu nesta segunda-feira a suspensão de sua fusão com a Lafarge (PARIS:LAFP), pressionando a empresa francesa a renegociar os termos do acordo e colocando em risco o plano de criar a maior fabricante de cimento do mundo.
Anunciado em abril de 2014, o acordo previa combinar as empresas em condições de igualdade. Mas, desde então, resultados divergentes, preços das ações e uma valorização do franco suíço em relação ao euro reforçaram a posição da Holcim e levaram seu maior acionista a pressionar publicamente por uma revisão do acordo.
"O Conselho de Administração da Holcim concluiu que o acordo de concentração não pode mais ser buscado em sua forma atual", disse a Holcim, em comunicado, completando que está pronta para tratar tanto da relação de troca de ações como de "questões de governança".
A Lafarge disse em comunicado separado que estava disposta a considerar uma revisão da relação de troca de ações, mas não de outros aspectos do negócio, que foi apresentado como "uma fusão de iguais".
O presidente da Lafarge, Bruno Lafont, se tornaria presidente-executivo da empresa resultante da fusão, mas a Holcim quer mudar o plano anterior, disse uma pessoa familiarizada com a situação.
Um dos dez principais acionistas da empresa disse à Reuters que a composição do Conselho também era um problema, uma vez que o plano original de dividir os assentos igualmente com sete para cada lado já não era justo.
Os acionistas de ambos os grupos ainda têm que ratificar o acordo, e alguns deles no lado da Holcim pediram mudanças, incluindo o investidor Thomas Schmidheiny, que detém uma participação de 20 por cento.
(Por Leila Abboud e Oliver Hirt)