Investing.com – O Itaú BBA decidiu rebaixar as ações da farmacêutica Hypera (BVMF:HYPE3) de outperform (compra) para market perform (neutro), com preço-alvo cortado de R$37 de R$29 para o ano de 2025, após anúncios da companhia a respeito da sua otimização de capital. O mercado também reagiu mal à notícia, com queda de 14% nas ações no pregão desta segunda, 21 de outubro, com cotação a R$22,07.
De acordo com relatório divulgado a clientes e ao mercado, “o movimento inesperado do mercado colocou uma pressão significativa nas previsões da empresa para 2024 e 2025”. O banco espera impactos negativos no Ebitda e no lucro líquido até o segundo trimestre de 2025.
O banco revisou suas projeções após a mudança estratégica que tende a afetar a empresa pelo menos nos próximos 12 meses, e a retirada do guidance para 2024.
O Itaú BBA cortou a projeção para o top line para o ano fiscal de 2024 em 12%, e agora espera queda de 5% em termos homólogos. A tendência seria de desalavancagem operacional, diminuindo a margem Ebitda em 20% em relação ao modelo anterior, com projeção de diminuição de 3,2 pontos percentuais no indicador para este ano.
A estimativa para o Ebitda também foi revisada para baixo em 20%. Para 2025, os ajustes foram negativos em 12% para receita líquida, 21% para o Ebitda e 31% para o lucro líquido.
Os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Marquezini e Felipe Amancio entendem que os investidores estariam menos dispostos a pagar antecipadamente por potenciais ganhos de longo prazo, considerando a sensibilidade ao que ocorre no curto prazo.
“Apesar das características de longo prazo ainda convincentes na tese de investimento da Hypera, uma abordagem mais cautelosa está sendo adotada no curto prazo até que seja visto um sinal mais claro de um ponto de inflexão nos resultados”, lamentam os analistas.
Otimização de capital
Em fato relevante, a Hypera informou que o Conselho de Administração decidiu iniciar processo de otimização do capital de giro, com foco no aumento da posição de caixa pelos próximos anos. A empresa espera concluir parte da otimização de capital de giro no quarto trimestre deste ano.
A empresa prevê a diminuição da política de prazo de pagamento concedida aos clientes, o que iria gerar “maior flexibilidade financeira para capturar oportunidades futuras de crescimento orgânico e inorgânico, além de melhorar sua eficiência operacional”.
Além disso, o Conselho de Administração aprovou programa de recompra de até 30.000.000 de ações ordinárias pelos próximos 18 meses, com início em 18 de outubro de 2024 e término em 18 de abril de 2026.