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Ibovespa amplia queda em 2020 para 45% com perspectivas de recessão por Covid-19

Publicado 23.03.2020, 18:32
© Reuters. Painel na bolsa de valores de São Paulo
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa afundou ainda mais nesta segunda-feira, ampliando a perda em 2020 para 45%, novamente pressionado pelas apreensões sobre o impacto da pandemia de coronavírus na atividade econômica do país e consequentemente nos resultados de empresas, além da aversão a risco global em razão do vírus.

Uma nova bateria de medidas sócio-econômicas foram anunciadas entre o fim de semana e esta sessão no Brasil e no exterior, mas não foi capaz de sustentar a tentativa de recuperação verificada no começo dos negócios diante da perspectiva crescente de recessão mundial.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em baixa de 5,22%, a 63.569,62 pontos, mínima desde 10 de julho de 2017, após chegar a 67.603,83 pontos no começo do pregão, em alta de 0,8%. O volume financeiro somou 24,7 bilhões de reais.

"Dado o efeito amplamente desconhecido que o coronavírus terá na economia brasileira e o espaço limitado para a política fiscal no Brasil, vemos espaço para mais fraqueza dos lucros (LPS)", afirmou o Goldman Sachs em relatório enviado a clientes nesta segunda-feira.

Mais empresas brasileiras anunciaram suspensão de atividades como medidas de resposta à epidemia do novo coronavírus no país. Klabin e Magazine Luiza (SA:MGLU3) reforçaram nesta segunda-feira crescente grupo de grandes companhias que estão parando grandes projetos e paralisando importantes áreas de negócios.

Entre as medidas mais recentes no país, o Banco Central cortou alíquota do compulsório de bancos e o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou instituições financeiras a captarem com garantia especial do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

No final de semana, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou um pacote de medidas totalizando 55 bilhões de reais, com foco na preservação de empregos.

O número de mortes em decorrência do novo coronavírus no Brasil avançou para 34 nesta segunda-feira, aumento de 36% em relação às 25 registradas até a véspera, informou o Ministério da Saúde. Os casos confirmados de Covid-19 no país atingiram 1.891, avanço de 345 casos (22,3%).

A pandemia do Covid-19 já infectou mais de 350 mil pessoas em todo o mundo. Veja gráfico em: https://graphics.reuters.com/CHINA-HEALTH-MAP/0100B59S39E/index.html

No exterior, o norte-americano S&P 500 desabou 2,9%, mesmo após Federal Reserve adotar nesta segunda-feira uma extraordinária série de programas para compensar as "graves perturbações" na economia causadas pela pandemia, enquanto segue o impasse no Congresso norte-americano para um pacote de estímulos.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) também disse nesta segunda-feira que a pandemia do coronavírus causará uma recessão global em 2020, que poderá ser pior do que a observada durante a crise financeira mundial de 2008-2009, mas que a produção econômica mundial deve se recuperar em 2021.

"Fica cada vez mais claro que o mercado precisa de uma luz no final do túnel em relação ao arrefecimento do coronavírus e seus impactos econômicos", afirmou o estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos.

DESTAQUES

- BRADESCO PN (SA:BBDC4) desabou 8,16%, assim como ITAÚ UNIBANCO PN despencou 6,94%, BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) derreteu 10,04% e SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) teve um tombo de 5,59%, em meio a preocupações sobre possível necessidade de renegociação de dívidas por empresas no âmbito das medidas de combate ao Covid-19. O Credit Suisse disse que, no Brasil, os bancos esperam um aumento na demanda de crédito das empresas, à medida que o mercado de capitais se fecha e à medida que a curva de juros aumenta significativamente, bem como que é provável que os spreads de crédito também aumentem.

- NATURA & CO caiu 15,57%, entre as maiores quedas do Ibovespa, diante das perspectivas de menor consumo em razão das restrições de circulação por causa do Covid-19, com empresas do setor de consumo e varejo sofrendo de forma generalizada. LOJAS RENNER, que anunciou na semana passada o fechamento temporário de todas as suas lojas físicas, perdeu 12,82%. CIA HERING ON desabou 17,19%. Varejistas de alimentos e medicamentos, porém, destoaram do viés, com GPA (SA:PCAR3) ON subindo 6,92% e RD (SA:RADL3) avançando 2,26%. Carrefour (SA:CRFB3) Brasil ON caiu apenas 1,7%.

- ULTRAPAR ON (SA:UGPA3) recuou 13,3%, com expectativas de menor demanda por combustíveis com as medidas restrição à circulação de pessoas. A BR DISTRIBUIDORA, que cedeu 6,4%, admitiu em comunicado nesta segunda-feira que a epidemia de coronavírus "deverá ocasionar redução da demanda por combustíveis no país". PETROBRAS PN (SA:PETR4) caiu 4,17% e PETROBRAS ON (SA:PETR3) perdeu 4,91%.

- USIMINAS PNA (SA:USIM5) fechou em queda de 12,04%, para 3,80 reais, dado o cenário de menor atividade, com montadoras - entre os principais clientes da siderúrgica - paralisando linhas de montagens e dando férias coletivas para funcionários. O Credit Suisse cortou o preço-alvo da ação de 11,50 reais para 9,50 reais, mas reiteraram recomendação 'outperform" citando preço.

- LOCALIZA ON (SA:RENT3) caiu 12,52%, afetada pelas restrições de circulação no país e medidas de fechamento de lojas de setores não essenciais.

- GOL (SA:GOLL4) PN recuou 4,81%, mas AZUL PN (SA:AZUL4) subiu 3,48%. A Airbus, da qual a Azul é cliente, afirmou nesta segunda-feira que os companhias aéreas podem adiar ou cancelar pedidos de aviões e helicópteros diante da escalada da epidemia do coronavírus. O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, disse que o apoio do banco de fomento para o setor aéreo já está sendo estudado para ser anunciado nas próximas semanas.

- SUZANO (SA:SUZB3) subiu 5,15%, também entre as poucas altas, beneficiada pela valorização do dólar ante o real, com a cotação fechando a 5,1385 reais nesta sessão, além do fato de produzir itens bastante demandados neste momento. KLABIN UNIT (SA:KLBN11) cedeu 1,82%, após anunciar paralisação das obras do projeto Puma II.

© Reuters. Painel na bolsa de valores de São Paulo

- VALE ON (SA:VALE3) encerrou com declínio de 3,1%, em meio ao tombo de 6% dos preços do minério de ferro na bolsa chinesa de Dalian após o anúncio de medidas mais restritivas pelo mundo para conter a pandemia de coronavírus. A mineradora também decidiu paralisar temporariamente seu centro de distribuição na Malásia.

- WEG ON (SA:WEGE3) subiu 8,84%, destaque de alta, no terceiro pregão de valorização, após ter fechado na última quarta-feira na mínima desde o começo de novembro de 2019, na esteira de uma queda de 46,7% desde o Carnaval.

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