Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O tom positivo prevalecia na bolsa paulista nesta segunda-feira, tendo as ações blue chips entre os principais suportes da alta do Ibovespa, com o cenário político e o andamento da reforma da Previdência dividindo as atenções com o noticiário corporativo.
Às 11:11, o Ibovespa subia 0,45 por cento, a 96.669,47 pontos. O volume financeiro somava 2 bilhões de reais.
A XP Investimentos vê uma melhora no ambiente ligado à tramitação da reforma da Previdência, particularmente o relacionamento entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Nos últimos dias, Bolsonaro tem feito acenos a Maia e repetiu o gesto no sábado, mesmo após a entrevista polêmica do deputado. No domingo, Bolsonaro e Maia se reuniram para discutir a reforma da Previdência.
"Se continuar nessa tendência, poderia levar a um processo de aprovação mais rápido da reforma", avalia a equipe da corretora, conforme nota a clientes, ressaltando, contudo, que a negociação adiante é complexa e que ainda esperam volatilidade.
Após instalação da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisará o mérito da reforma, na última quinta-feira, a expectativa é que os trabalhos no colegiado tenham início de fato apenas a partir da próxima semana.
No exterior, Wall Street começava o pregão com pequenas variações, com atenções também voltadas para a temporada de resultados, além de números da economia norte-americana.
DESTAQUES
- HYPERMARCAS subia 5,06 por cento, mesmo após o grupo farmacêutico informar que receita líquida despencou 58,7 por cento no primeiro trimestre, para 383,6 milhões de reais. Analistas do Bradesco BBI destacaram que a companhia já havia sinalizado que o desempenho do período seria afetado por mudanças em processos. A companhia também anunciou programa de recompra de até 8 milhões de ações, que representam até 2 por cento do total em circulação.
- SABESP (SA:SBSP3) valorizava-se 3,30 por cento, no primeiro pregão após constituição de grupo de trabalho com o objetivo de avaliar alternativas de reorganização societária da companhia de saneamento básico do Estado de São Paulo. Analistas do Itaú BBA consideraram a notícia sinaliza que uma potencial privatização da companhia está em andamento, mas ponderaram que há ainda um longo caminho para um desfecho nesse sentido, dado o elevado capital político envolvido na companhia.
- BR DISTRIBUIDORA avançava 2,88 por cento, também entre as maiores altas. Na sexta-feira, o conselho de administração da Petrobras aprovou novas diretrizes para a gestão do portfólio de ativos da companhia, considerando entre outros a venda de participação adicional na distribuidora. No caso da BR Distribuidora (SA:BRDT3) encontra-se estudo realização de oferta secundária de ações (follow-on).
- SMILES perdia 4,32 por cento, após divulgar que o lucro líquido no primeiro trimestre somou 141,9 milhões de reais, queda de 8,5 por cento na comparação com um ano antes e recuo de 13,8 por cento sobre os três últimos meses do ano passado. O conselho de administração da controladora Gol (SA:GOLL4) também autorizou a Smiles (SA:SMLS3) a reajustar preços de passagens padrão e milhas.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subia 0,84 por cento, em meio à repercussão favorável sobre o anúncio de novos desinvestimentos, depois que o conselho da petrolífera de controle estatal aprovou na sexta-feira ovas diretrizes para a gestão do portfólio de ativos da companhia, considerando a venda de oito refinarias, de sua rede de postos no Uruguai e de participação adicional na BR Distribuidora.
- BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) tinha elevação de 1,28 por cento, melhor desempenho entre os bancos listados no Ibovespa, com BRADESCO PN (SA:BBDC4) em queda de 0,11 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN praticamente estável.
- VALE (SA:VALE3) mostrava variação negativa de 0,04 por cento, apesar da alta dos preços do minério de ferro na China.