Trump deve impor taxa de US$ 100.000 para solicitações de visto H-1B
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta terça-feira, renovando máxima histórica perto do 144,5 mil pontos, com ações atreladas a consumo entre as maiores altas, enquanto agentes financeiros permanecem na expectativa para as decisões de juros desta semana, com destaque para os Estados Unidos.
Por volta de 11h, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,34%, a 144.028,98 pontos, marcando 144.584,10 pontos no melhor momento, novo topo histórico intradia. O volume financeiro somava R$3,59 bilhões.
O Federal Reserve começa nesta terça-feira reunião para decidir sobre os juros da maior economia do mundo, que terá o desfecho conhecido na quarta-feira, 15h (de Brasília). A decisão será acompanhada de projeções econômicas e seguida por entrevista à imprensa do chair do Fed, Jerome Powell (15h30).
No mercado, as apostas apontam para um corte de 0,25 ponto percentual na faixa atual de 4,25% a 4,50% ao ano.
Em Wall Street, o S&P 500 trabalhava perto da estabilidade após renovar máximas na véspera.
De acordo com analistas do Itaú BBA, o cenário atual nos mercados internacionais é de alta e esse movimento traz ventos favoráveis ao Ibovespa.
"VENCE MAS NÃO CONVENCE"
"O momento é de alinhamento e possibilidade de novas máximas históricas para os próximos dias. No entanto, há uma reflexão importante a acompanhar: o Ibovespa fez nova máxima em 2025, o dólar renovou mínima de 12 meses, o que é bom, porém os demais índices setoriais da B3 ainda não engataram."
"É aquele time de futebol que vence, mas não convence. Isso mostra que não conseguimos, ainda, dar o tom de otimismo que um rompimento de máxima histórica merece", acrescentaram no relatório Diário do Grafista.
"Numa visão de médio prazo, o cenário está aberto para seguir em direção aos 150.000 e 165.000 pontos. Do lado da baixa, o primeiro suporte está em 141.300 pontos. Abaixo deste, encontrará próximos suportes em 139.300 e 137.200 - patamar que mantém o índice em tendência de alta no curto prazo."
Investidores ainda estão na expectativa da decisão do Banco Central no Brasil, que também começa nesta terça-feira e terá seu resultado também divulgado na quarta-feira. O foco está principalmente em sinais sobre os próximos passos, uma vez que prevalece o prognóstico de manutenção da taxa Selic em 15%.
"Vemos o ciclo de afrouxamento dos juros como o próximo catalisador para a bolsa", afirmaram estrategistas do Citi, citando dados do PIB brasileiro do segundo trimestre mostrando desaceleração da atividade econômica, "o que está tornando a inflação mais contida e abrindo espaço para cortes de juros".
Nesta terça-feira, o IBGE mostrou que a taxa de desemprego no Brasil recuou mais do que o esperado nos três meses até julho, para 5,6%, marcando mais uma vez o menor nível da série com início em 2012. Na véspera, porém, o IBC-Br, um sinalizador do PIB, mostrou retração de 0,5% em julho ante o mês anterior.
As taxas dos DIs abriram com leves altas, mas depois se reaproximaram dos ajustes da véspera e, na sequência, passaram a registrar leves perdas, na esteira de declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o que reverberava na bolsa paulista.
Em evento promovido pelo grupo financeiro J. Safra, o ministro disse que o governo pretende cumprir as metas fiscais de 2025 e 2026, ponderando que depende da “compreensão” do Congresso Nacional para atingir os objetivos. Haddad também disse esperar o início do ciclo de cortes da Selic nos próximos meses.
DESTAQUES
- BANCO DO BRASIL ON valorizava-se 1,01%, recuperando-se de perdas da véspera (2,2%), enquanto ITAÚ UNIBANCO PN cedia 0,29%, BRADESCO PN tinha decréscimo de 0,23% e SANTANDER BRASIL UNIT mostrava acréscimo de 0,03%.
- VALE ON cedia 0,42%, mesmo com o avanço dos preços do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian subiu 0,82%, a 803,5 iuans (US$112,94) a tonelada.
- PETROBRAS PN avançava 0,32%, em meio à alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril sob o contrato Brent tinha elevação de 0,98%. A estatal divulgou nesta terça-feira que contratou Engeman para reiniciar produção em fábricas de fertilizantes do Nordeste.
- C&A MODAS ON subia 3,15%, em dia positivo para ações sensíveis a juros, com novo alívio nas taxas dos contratos de DI. CYRELA ON tinha elevação de 2,52% e LOCALIZA ON mostrava acréscimo de 2,19%.
- SABESP ON cedia 0,76%, após a empresa de água e saneamento mostrar que acelerou o cumprimento de metas de universalização de serviços em agosto. Na visão do Citi, os dados reforçam a confiança de que a Sabesp está no caminho para cumprir, e eventualmente superar, as metas de 2025.
- COGNA ON operava estável, após anunciar a intenção de realizar uma oferta para aquisição de até a totalidade das ações da subsidiária Vasta. O plano visa deslistar a Vasta da Nasdaq e o preço pretendido da oferta será de US$5 por ação. Em NY, VASTA subia 0,82%.
- PRIO ON subia 1,82%, tendo também no radar notícia da véspera confirmada no final da segunda-feira pela companhia de que obteve licença de instalação do órgão ambiental federal Ibama para a interligação dos poços de seu campo de Wahoo, onde planeja iniciar a produção no próximo ano.