Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O tom positivo prevalecia na bolsa paulista nesta quarta-feira, favorecido pelo cenário externo relativamente benigno, com a alta das ações da Vale (SA:VALE3) e da Petrobras entre os principais suportes do Ibovespa, enquanto agentes financeiros aguardam fala do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Às 11:49, o Ibovespa subia 0,81 por cento, a 95.870,23 pontos. O volume financeiro somava 3,09 bilhões de reais.
Guedes dará entrevista coletiva à imprensa às 13h (horário de Brasília) em Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial, e deve ocupar os holofotes em meio a investidores ansiosos sobre os próximos passos do governo, principalmente no campo fiscal.
Agentes financeiros querem indicações mais claras sobre as reformas e outras possíveis ações a serem propostas pelo novo governo para ajustar a economia.
Na visão da equipe da XP Investimentos, para que o Ibovespa volte a ganhar tração, mais detalhes em relação à proposta final da reforma da Previdência a ser enviada ao Congresso e visibilidade em relação à aprovação serão necessários, conforme nota distribuída a clientes.
Além da questão da Previdência, também estão no radar possíveis medidas de redução do Imposto de Renda para Pessoa Jurídica (IRPJ) e tributação de dividendos e juros sobre capital próprio, conforme veiculado pela mídia.
Preocupações com o ritmo de crescimento da economia global persistiam nas praças acionárias no exterior, mas a sessão era de recuperação em alguns mercados, como Wall Street, onde os futuros acionários sinalizavam um abertura positiva, após fortes perdas na véspera.
Os preços do petróleo também avançavam, em meio a esperanças de que o Japão e a China adotem estímulos fiscais para conter a desaceleração econômica.
DESTAQUES
- VALE subia 1,13 por cento, apesar da queda nos preços do minério de ferro na China. Analistas do Santander reiteraram a ação da mineradora como uma de suas preferidas, citando que a confiança na Vale aumentou e que eles esperam que a empresa registre sólidos resultados operacionais.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subia 1,03 por cento, ajudada pela alta do petróleo, bem como pela notícia de que o Ministério de Minas e Energia colocou entre as ações prioritárias para o setor de petróleo e gás natural a realização em 2019 do leilão dos excedentes da cessão onerosa. A estatal também sofreu nova derrota em processo no Carf.
- ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) caía 0,38 por cento, destoando de outras ações de bancos listadas no Ibovespa, com BRADESCO PN (SA:BBDC4) subindo 0,36 por cento, BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) avançando 1 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) em alta de 1,43 por cento.
- KROTON (SA:KROT3) subia 4,75 por cento, após a companhia de educação divulgar apresentação ao mercado estimando alta de 1 a 5 por cento no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) deste ano, enquanto o lucro líquido deverá ficar estável. No setor, ESTÁCIO subia 1,06 por cento.
- CSN (SA:CSNA3) subia 5,41 por cento, tendo como pano de fundo melhora na recomendação das ações pelo BTG Pactual (SA:BPAC11) para 'compra', com preço-alvo elevado para 13 reais, em razão de expectativa de alta dos resultados operacionais no ano e preços saudáveis de minério de ferro, entre outros fatores. GERDAU (SA:GGBR4), por sua vez, caía 0,39 por cento.
- AMBEV (SA:ABEV3) caía 0,68 por cento, segundo dia seguido de baixa, em meio a perspectivas ainda desfavoráveis para o resultado da fabricante de bebidas. O BTG Pactual reduziu sua estimativa para os volumes no Brasil, para queda de 1,7 por cento na base anual contra alta de 2 por cento prevista anteriormente, entre outros cortes em projeções em relatório na véspera.