SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou esta sexta-feira em queda em dia de realização de lucros, mas teve alta de 3,5 por cento em setembro, apoiado na entrada de capital estrangeiro, enquanto especulações sobre o desfecho da eleição presidencial seguiram ditando volatilidade.
O principal índice de ações da B3 caiu 0,82 por cento, encerrando o dia cotado a 79.342,42 pontos. O volume financeiro da sessão somou 10,76 bilhões de reais.
No acumulado da semana, o Ibovespa mostrou variação negativa de 0,13 por cento. Mas no mês e no terceiro trimestre, o índice subiu 3,5 e 9 por cento, respectivamente. No ano, o indicador registra alta de 3,85 por cento.
Após o Ibovespa bater 80 mil pontos na véspera, investidores preferiram embolsar lucros, especialmente com papéis de bancos, repercutindo pesquisa de intenção de votos encomendada pela XP Investimentos ao Ipespe, na qual o candidato do PT, Fernando Haddad, cortou para 7 pontos a vantagem do líder Jair Bolsonaro, do PSL, reforçando a tendência de segundo turno entre os dois.
Os agentes financeiros à espera de sondagem do Datafolha prevista para a noite desta sexta-feira.
Na visão do estrategista Carlos Sequeira, do BTG Pactual (SA:BPAC11), a performance do Ibovespa em setembro teve apoio da melhora do humor no mercado internacional, que ajudou no fluxo de recursos para emergentes em geral e beneficiou a bolsa paulista, com o desempenho puxado principalmente por Vale (SA:VALE3) e Petrobras.
Ele pondera, contudo, que a B3 também foi influenciada pela expectativa de que a campanha eleitoral possa se mover para um viés mais de centro quando o segundo turno começar. "Essa expectativa, combinada com fatores externos, tem ajudado a bolsa a se sustentar", afirmou.
Dados da B3 mostram entrada líquida de capital externo de mais de 2 bilhões de reais em setembro até dia 26.
Em Wall Street, o S&P 500 fechou estável, contaminado pela queda dos papéis do Facebook (NASDAQ:FB), além de temores com o quadro fiscal na Itália e tensões comerciais envolvendo os EUA.
DESTAQUES
- ITAÚ UNIBANCO PN recuou 0,85 por cento, após forte alta na véspera, com o setor bancário passando por ajuste negativo. BRADESCO PN (SA:BBDC4) e BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) caíram 1,88 e 2,77 por cento, respectivamente. SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) cedeu 1,38 por cento.
- VIA VAREJO UNIT (SA:VVAR11) perdeu 9,47 por cento, tendo o pior desempenho entre as ações listadas no Ibovespa, com a rival B2W (SA:BTOW3) cedendo 1,77 por cento e a concorrente Magazine Luiza (SA:MGLU3) encerrando com decréscimo de 1,35 por cento.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) caiu 1,72 por cento, após três altas seguidas, tendo alcançado mais cedo maior cotação intradia desde maio. A queda veio apesar da alta dos preços do petróleo no exterior. Ainda assim, as preferenciais da petrolífera de controle estatal subiram 9,5 por cento em setembro.
- VALE avançou 0,57 por cento, após duas quedas seguidas, encerrando o mês com valorização de 11,6 por cento.
- ELETROBRAS PNB (SA:ELET6) caiu 1,27 por cento, após fortes ganhos recentes, que garantiram uma valorização acumulada de 2,87 por cento em setembro.
- CCR (SA:CCRO3) e ECORODOVIAS subiram 4,44 e 1,56 por cento, respectivamente, no segundo dia de recuperação, após forte queda nos dias anteriores, com concessionárias de ambas sendo alvo de operação de busca e apreensão da Polícia Federal, com prisão de executivos, dentro da investigação sobre corrupção na concessão de rodovias federais no Estado do Paraná.
(Por Paula Arend Laier e Gabriela Mello)