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Ibovespa encosta em 120 mil pontos com apoio de estrangeiros e apostas sobre Selic

Publicado 19.06.2023, 17:06
© Reuters. Sede da B3
28/06/2018
REUTERS/Leonardo Benassatto
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, encostando nos 120 mil pontos no melhor momento, com o avanço das ações da Petrobras entre as maiores contribuições positivas, apesar do recuo dos preços do petróleo no exterior.

Após alguma hesitação na abertura, prevaleceu o viés ascendente na bolsa brasileira, que segue amparada por fluxo de capital externo, bem como perspectivas de corte da taxa Selic no segundo semestre do ano.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,93%, a 119.857,76 pontos. Na máxima, marcou 119.939 pontos. O Ibovespa não supera os 120 mil pontos em um pregão desde novembro de 2022.

O volume financeiro nesta segunda-feira somou apenas 15,9 bilhões de reais, afetado por feriado nos Estados Unidos.

Investidores aguardam o desfecho da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central na quarta-feira. Não se espera mudança na atual taxa básica de juros, em 13,75% ao ano, mas há expectativa sobre o comunicado que acompanhará a decisão.

Pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira mostrou nova melhora nas projeções para o IPCA e, entre outras revisões, mudança nas estimativas quanto ao primeiro corte da Selic -- para agosto, de setembro anteriormente.

Economistas do Credit Suisse (SIX:CSGN) esperam que o BC irá manter a Selic em 13,75% ao ano nesta semana, mas enfatizar que os próximos passos dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.

Solange Srour e equipe estimam um primeiro corte de 0,25 ponto percentual na reunião de agosto, com a Selic terminando 2023 em 12% e 2024 em 9,00%.

Dados da B3 (BVMF:B3SA3) têm mostrado também um maior apetite de estrangeiros neste mês pelas ações brasileiras, com as compras superando as vendas em 7,3 bilhões de reais até o dia 15. Apenas na quinta-feira, o saldo ficou positivo em 691 milhões de reais.

De acordo com o chefe de pequisa da Guide Investimentos, Fernando Siqueira, a bolsa vem se recuperando nos últimos meses, principalmente por causa da expectativa de queda da Selic, com a melhora na perspectiva do rating do país também ajudando.

Para ele, a alta das ações na B3 está apenas no começo, com o grupo mais beneficiado pela queda dos juros incluindo empresas que possuem dívida em moeda local e as que vendem principalmente para os consumidores brasileiros.

Em 2023, o Ibovespa acumula alta de 9,2%, sendo que apenas em junho a valorização alcança 10,6%.

Análise técnica do Itaú BBA avalia que o viés positivo segue no mercado no curto prazo, embora não descarte movimento de realização de lucros. E estima que se o Ibovespa superar 121.600 pontos pode buscar o topo histórico em 131.200 pontos.

Destaques

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) subiu 2,63%, a 30,42 reais, renovando máxima de fechamento, com vários analistas observando redução na percepção de risco envolvendo a companhia. No exterior, o contrato do petróleo Brent fechou em baixa de 0,68%.

- JBS ON (BVMF:JBSS3) valorizou-se 3,86%, a 18,57 reais, em dia mais positivo para ações de frigoríficos. A companhia, dona da Seara e outras marcas, também pretende investir 800 milhões de reais para triplicar a capacidade de produção de sua unidade da Friboi em Diamantino (MT), conforme comunicado no domingo.

- BRASKEM PNA (BVMF:BRKM5) fechou em alta de 3,17%, a 30,95 reais, conforme segue suscetível a expectativas relacionadas à venda da participação da Novonor na petroquímica.

- EMBRAER ON (BVMF:EMBR3) avançou 0,35%, a 20,2 reais, tendo como pano de fundo o início da Paris Airshow nesta segunda-feira, além de anúncio de joint venture com a japonesa Nidec e ampliação da parceria entre a fabricante de aeronaves elétricas Eve e a norte-americana Blade Air Mobility envolvendo eVTOLs.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) fechou com acréscimo de 1,36%, a 29,04 reais, enquanto BRADESCO ON (BVMF:BBDC3) encerrou com elevação de 1,77%, a 17,25 reais.

© Reuters. Sede da B3
28/06/2018
REUTERS/Leonardo Benassatto

- VALE ON (BVMF:VALE3) recuou 0,39%, a 69,4 reais, em dia de fraqueza dos futuros do minério de ferro na Ásia, pressionados pela queda nos preços do aço em razão de fraca demanda e aumento da oferta. O contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE), na China, encerrou as negociações diurnas com queda de 0,12%.

- CVC BRASIL ON (BVMF:CVCB3) cedeu 5,11%, a 4,27 reais, após acumular uma alta de quase 10% nos dois pregões anteriores. A operadora de turismo precifica nesta semana, no dia 22, oferta primária de ações para reforçar capital de giro e estrutura de capital. A oferta pode movimentar cerca de 683 milhões de reais.

- ENERGISA UNIT (BVMF:ENGI11) caiu 0,33%, a 45,09 reais, e EQUATORIAL ON (BVMF:EQTL3) perdeu 0,46%, a 30,58 reais. Analistas do Bradesco BBI cortaram a recomendação de ambos os papéis para "neutra", com o preço-alvo das units de Energisa caindo de 59 para 50 reais e o das ações da Equatorial, de 34 para 33 reais.

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