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Ibovespa fecha em alta com Wall St; coronavírus segue no radar

Publicado 03.02.2020, 18:33
Atualizado 03.02.2020, 18:37
Ibovespa fecha em alta com Wall St; coronavírus segue no radar
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa subiu nesta segunda-feira, com papéis do setor financeiro entre os principais suportes, em movimento ajudado pela recuperação de Wall Street, com agentes ainda monitorando desdobramentos ligados ao surto de coronavírus na China.

Índice de referência da bolsa paulista, o Ibovespa subiu 0,76%, a 114.629,21 pontos. O volume financeiro da sessão somou 21,7 bilhões de reais.

Os ganhos vêm após o Ibovespa acumular declínio de cerca de 4% na semana passada e perder 1,6% em janeiro.

No exterior, as bolsas na China despencaram na volta do feriado do Ano Novo Lunar, ajustando-se aos receios ligados ao coronavírus, que emergiu na cidade de Wuhan em dezembro e já matou mais de 360 pessoas. Mas a 'correção' já era esperara, e na Europa e Estados Unidos o mês de fevereiro começou no azul.

Em Nova York, a trajetória positiva encontrou suporte também em números sobre a atividade fabril melhores do que o esperado nos EUA, destacou a equipe do Goldman Sachs liderada por Chris Hussey. O S&P 500 fechou em alta de 0,72%.

No Brasil, a semana começou em clima de expectativa, com decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na quarta-feira entre os principais destaques da pauta, com a maioria das apostas prevendo corte de 0,25 ponto percentual da Selic, o que a levaria para 4,25% ao ano.

O retorno do Congresso Nacional nesta segunda-feira, que deve direcionar os holofotes para a pauta de reformas, e a temporada de balanços, que deslancha nesta semana, também tendem a influenciar os pregões dos próximos dias.

Portfólios compilados pela Reuters mostram estrategistas relativamente cautelosos com as ações brasileiras em fevereiro, citando incertezas externas, embora os fundamentos do país continuem positivos.

Para o BTG Pactual (SA:BPAC11), embora seja cedo para avaliação concreta do impacto do coronavírus na economia global, o 'sell off' do mês passado pode ter criado um oportunidade de aumentar a exposição às ações brasileiras, conforme relatório a clientes.

DESTAQUES

- B3 ON subiu 3,92%, a 50,09 reais, novo recorde de fechamento, tendo superado os 50 reais na máxima pela primeira vez. A operadora de infraestrutura de mercado tende a ser uma das principais beneficiadas do ambiente favorável para o mercado de capitais no Brasil.

- BRASKEM PNA (SA:BRKM5) subiu 6,02%, encerrando uma sequência de seis pregões de baixa, período em que acumulou queda de 19%. De pano de fundo, reportagem do Valor Econômico citou que as controladoras da petroquímica - Odebrecht e Petrobras - discutem a possibilidade de levar a companhia ao Novo Mercado, embora as conversas sejam bem iniciais.

- BRF ON (SA:BRFS3) avançou 3,34%, tendo no pano de fundo notícia de que a China teve um surto de uma cepa altamente patogênica do vírus H5N1, de gripe aviária, em uma fazenda na província de Hunan. As autoridades sacrificaram 17.828 aves após o surto. No setor, JBS ON (SA:JBSS3) valorizou-se 1,96%.

- COGNA ON fechou com acréscimo de 0,26%, após ter chegado a cair 3,6% pela manhã, após anunciar na sexta-feira à noite oferta primária de ações que pode movimentar pelo menos 2 bilhões de reais. A precificação é prevista para 11 de fevereiro. YDUQS ON (SA:YDUQ3) subiu 4,1%.

- BRADESCO PN (SA:BBDC4) avançou 0,64%, tendo no radar o resultado trimestral da próxima quarta-feira (5). ITAÚ UNIBANCO PN subiu 0,3%.

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) recuou 0,95%, na esteira do declínio do petróleo no exterior. PETROBRAS ON (SA:PETR3) caiu 1,12%, em semana também marcada pela oferta secundária de ações ON da petrolífera detidas pelo BNDES, que será precificada na quarta-feira.

- VALE ON (SA:VALE3) valorizou-se 1,27%, apesar do tombo do preço do minério de ferro na China.

- IRB BRASIL ON (SA:IRBR3) desabou 9,06%, após uma carta da Squadra Investimentos apontar indícios de lucro recorrente significativamente inferior ao lucro contábil reportado nos balanços. O IRB ressaltou que as demonstrações financeiras são elaboradas segundo as normas contábeis e atuariais com absoluta precisão, e que avalia medidas legais.

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