Ibovespa fecha em queda com Vale e Wall Street

Publicado 16.04.2025, 17:07
Atualizado 16.04.2025, 17:40
© Reuters. Painel de cotações na B3, em São Paulon19/10/2021 REUTERS/Amanda Perobelli

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, pressionado principalmente pela Vale, após dados de produção e vendas da mineradora, mas também contaminado por Wall Street, que teve desempenho minado por receios sobre o efeito da política comercial de Donald Trump na economia norte-americana.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 0,72%, a 128.316,89 pontos, chegando a 128.149,1 pontos na mínima e marcando 129.605,01 pontos na máxima do dia.

O volume financeiro somou R$51,29 bilhões, em sessão marcada por vencimento de opções sobre o Ibovespa e de contrato futuro do índice, além de véspera de vencimento de opções sobre as ações, uma vez o exercício foi antecipado em razão do feriado na sexta-feira.

Em Nova York, o S&P 500 caiu 2,24% e o Nasdaq Composite perdeu 3,07%, após a Nvidia (NASDAQ:NVDA) alertar que a decisão do governo dos EUA de exigir licenças para exportações para a China de um de seus chips de inteligência artificial mais populares custará à empresa US$5,5 bilhões.

"Investidores ainda esperam desdobramento da guerra tarifária entre a China e os Estados Unidos", observou o analista de investimentos Gabriel Mollo, da Daycoval Corretora. "Eles não sentaram para negociar, então as retaliações podem ocorrer ao longo da semana", acrescentou.

Mollo também citou como mais um componente negativo para o dia as declarações nesta quarta-feira do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, de que medidas adotadas pelo presidente Donald Trump vão fazer com que os Estados Unidos cresçam de maneira mais lenta e que a inflação fique acima do esperado.

Em uma apresentação em Chicago, Powell disse que as novas políticas comerciais representam uma mudança significativa.

"Os efeitos disso provavelmente nos afastarão de nossas metas, de modo que o desemprego provavelmente aumentará com a desaceleração da economia, e a inflação provavelmente aumentará com a entrada das tarifas" na economia, afirmou, acrescentando que isso provavelmente ocorrerá ao longo do ano.

A B3 (BVMF:B3SA3) divulgou também nesta quarta-feira a segunda prévia do Ibovespa que irá vigorar a partir de maio, que mostrou a entrada das ações da Smartfit (BVMF:SMFT3), enquanto confirmou a inclusão dos papéis da Direcional (BVMF:DIRR3) e saída das ações de Automob e LWSA (BVMF:LWSA3), já vistas na primeira preliminar.

DESTAQUES

- VALE ON (BVMF:VALE3) caiu 2,32%, após divulgar na véspera queda de 4,5% na sua produção de minério de ferro no primeiro trimestre, em meio a um impacto de chuvas no Sistema Norte. Em paralelo, na China, o contrato futuro de minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou o dia com queda de 0,14%, a 708 iuanes por tonelada.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) fechou estável, mas PETROBRAS ON (BVMF:PETR3) cedeu 0,87%, em dia de assembleia de acionistas, que elegeram a composição do conselho de administração da estatal para o próximo mandato, mudando apenas um dos 11 membros do colegiado e mantendo Pietro Mendes como presidente. Em meio a preocupações de um movimento da Petrobras envolvendo os preços dos combustíveis diante do tombo recente do petróleo, a CEO disse que a Petrobras vai tratar da questão "com muita tranquilidade".

- RD (BVMF:RADL3) SAÚDE ON recuou 6,4%, em meio a ajustes após avançar nos três pregões anteriores, acumulando no intervalo alta de quase 11%. Até a terça-feira, os papéis subiam cerca de 20% no mês. EMBRAER ON (BVMF:EMBR3) caiu 3,46%, também entre os destaques negativos, após duas altas seguidas, período em que contabilizou uma valorização de 6,5%.

- BRAVA ON valorizou-se 5,22%, encontrando apoio no avanço dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent subiu 1,8%, e tendo ainda no radar anúncio de que o fundo Yellowstone, do BTG, atingiu uma participação de 5,3% nas ações da petrolífera. No mês, até a véspera, os papéis da companhia acumulavam uma perda de mais de 25%.

- MINERVA ON (BVMF:BEEF3) avançou 4,35%, em dia positivo no setor e endossada por relatório do Citi mantendo a recomendação neutra para as ações, mas elevando o preço-alvo de R$5,50 para R$7,50 -- um upside potencial de 8,7% ante o fechamento de terça-feira. JBS ON (BVMF:JBSS3) subiu 1,05%, MARFRIG ON (BVMF:MRFG3) ganhou 2,48% e BRF ON (BVMF:BRFS3) teve acréscimo de 0,05%.

- MRV&CO ON (BVMF:MRVE3) subiu 3,02%, após cair até 3,6% nos primeiros negócios na esteira da prévia operacional divulgada na véspera, com queima de caixa ajustada de R$48,3 milhões no primeiro trimestre e acréscimo de apenas 1,7% nas vendas em seu segmento de incorporação. Em evento com investidores, a companhia reiterou o guidance de fluxo de caixa e estimou R$11 bilhões em lançamentos em 2025.

- SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) ganhou 0,71%, sendo exceção entre os bancos do Ibovespa, com ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) fechando com decréscimo de 0,15%, BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) recuando 0,16%, BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) terminando com variação negativa de 0,43% e BTG PACTUAL (BVMF:BPAC11) UNIT registrando queda de 0,79%.

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