Ibovespa fecha em queda pressionado por Treasuries; Itaú cai mais de 3%

Publicado 01.04.2024, 17:07
Atualizado 01.04.2024, 17:45
© Reuters. Painel de cotações na B3
06/07/2023
REUTERS/Amanda Perobelli
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira, com as ações de bancos entre as maiores pressões negativas, entre elas as preferenciais do Itaú Unibanco, que recuaram mais de 3%, em sessão também pressionada pelo aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.

Na contramão, IRB (BVMF:IRBR3)(Re) e Hapvida avançaram em meio à análise dos respectivos resultados do último trimestre de 2023, bem como perspectivas de ambas as empresas.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,87%, a 126.990,45 pontos. Na máxima do dia, chegou a 128.658,86 pontos. Na mínima, a 126.771,8 pontos. O volume financeiro somou 19,9 bilhões de reais.

De acordo com o analista Leandro Ormond, da Aware Investments, a semana começou com dados nos EUA sugerindo uma atividade econômica forte e prevê divulgações que podem dar mais pistas sobre a política monetária global à frente, com destaque para números do mercado de trabalho dos EUA na sexta-feira.

"Se os dados ao longo da semana vierem indicando uma atividade econômica ainda resiliente, as expectativas do início do corte de juros no exterior podem ser novamente revistas", afirmou, avaliando que isso também pode fazer com que o mercado reavalie as expectativas para a Selic nos próximos meses.

Além disso, acrescentou Ormond, com juros altos por mais tempo no exterior, o fluxo de saída do capital estrangeiro pode continuar pressionando as ações na bolsa paulista. No acumulado do ano, o saldo de capital externo na B3 (BVMF:B3SA3) está negativo em quase 23 bilhões de reais.

Nos EUA, o rendimento dos Treasuries de 10 anos avançava a 4,3191% no final da tarde, de 4,194% na última sessão. O S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em baixa de 0,2%.

O setor industrial nos EUA cresceu pela primeira vez desde 2022, segundo o PMI industrial do Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês), que aumentou para 50,3 no mês passado, a maior e primeira leitura acima de 50 desde setembro de 2022, ante 47,8 em fevereiro.

O dado gerou dúvidas sobre a possibilidade de o Federal Reserve realmente confirmar os três cortes nas taxas de juros estimados pela autoridade monetária no mês passado.

No mercado futuro juros dos EUA, a chance de um corte nas taxas em junho passou para 57%, de 64% há uma semana, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME. Aplicativo de probabilidade de taxas da LSEG mostrou também redução no número de cortes para cerca de dois este ano, de três há algumas semanas.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) cedeu 3,42%, a 33,44 reais, após três altas seguidas, em sessão negativa para o setor como um todo. BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) caiu 0,91%, a 14,13 reais. Dados do Banco Central sobre o desempenho de bancos no primeiro mês do ano, na visão de analistas do Citi, mostraram nesta segunda-feira um começo misto para o primeiro trimestre, com um aumento muito moderado nos empréstimos e uma contração nos depósitos em termos mensais para a maioria das instituições.

- VALE ON (BVMF:VALE3) subiu 0,64%, a 61,22 reais, uma vez que os preços futuros do minério de ferro fecharam em alta na China, com dados mostrando que a atividade industrial naquele país se expandiu pela primeira vez em seis meses em março. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian avançou 2,6%, a 768 iuans (106,23 dólares) a tonelada.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançou 0,78%, a 37,65 reais, tendo como pano de fundo o aumento dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou negociado em alta de 0,8%.

- LWSA ON caiu 6,34%, a 5,47 reais, tendo no radar aprovação pelo conselho de administração da companhia da nomeação de Ricardo Gora como presidente do colegiado.

© Reuters. Painel de cotações na B3
06/07/2023
REUTERS/Amanda Perobelli

- CVC (BVMF:CVCB3) BRASIL ON recuou 5,86%, a 2,73 reais, em dia de alta do dólar em relação ao real, ampliando a queda desde a divulgação do balanço na semana passada para 15,7%.

- HAPVIDA ON (BVMF:HAPV3) saltou 6,49%, a 3,94 reais, após divulgar no final da quinta-feira lucro líquido ajustado de 330,5 milhões de reais no quarto trimestre, uma alta de 104,8% na comparação ano a ano. A receita líquida da operadora de planos de saúde aumentou 6,7% e a sinistralidade caixa reduziu para 69,3% no período. A ação vinha de seis quedas seguidas, tendo acumulado no período perda de 6,8%. O CEO da empresa também disse que a Hapvida ainda vê espaço para melhoria no indicador de sinistralidade, com o início de uma nova jornada de reajustes a partir de maio, forte ritmo de verticalização da companhia e sinergias a serem capturadas.

- IRB(RE) ON valorizou-se 2,44%, a 38,26 reais, em meio à repercussão dos números do último trimestre de 2023, embora a resseguradora já tivesse divulgado alguns números anteriormente. A companhia também anunciou que Marcos Falcão, atual presidente da empresa, ocupará de forma transitória também o cargo de vice-presidente financeiro. Em teleconferência com analistas, o CEO também disse que o IRB(Re) poderá pagar dividendos aos acionistas no próximo ano, depois de encerrar em 2024 os prejuízos acumulados nos últimos anos e que a resseguradora espera elevar os prêmios deste ano "em pelo menos 10%".

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