Ibovespa fecha em queda sem alívio em receios sobre tarifas; Petrobras pesa

Publicado 07.04.2025, 17:05
Atualizado 07.04.2025, 17:51
© Reuters. Painel eletrônico na B3, em São Paulon06/07/2023 REUTERS/Amanda Perobelli

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira, sem alívio nas preocupações sobre a nova política comercial norte-americana, com as ações da Petrobras respondendo pelo maior peso negativo, também afetadas por receios de corte de preços pela estatal com o tombo do petróleo no exterior.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,31%, a 125.588,09 pontos, no terceiro pregão seguido de queda, tendo marcado 123.876,24 pontos na mínima e 128.410,57 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou R$30,4 bilhões.

"Em função do contexto extremamente desafiador para as bolsas globais, a região de suporte consolidado (do Ibovespa) dos 118.500 é o grande ponto de atenção para a semana", afirmaram analistas gráficos da Ágora Investimentos, em relatório enviado a clientes nesta segunda-feira.

"Em caso de perda deste nível, o Ibovespa entraria tecnicamente em tendência de baixa de médio e longo prazo com potencial busca pela região dos 100 mil pontos."

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que desencadeou uma guerra comercial na semana passada ao taxar as importações de uma série de países, disse nesta segunda-feira que adotará uma tarifa adicional de 50% sobre a China se Pequim não retirar suas tarifas retaliatórias sobre os EUA.

"Além disso, todas as negociações com a China referentes às reuniões solicitadas por eles conosco serão encerradas! As negociações com outros países, que também solicitaram reuniões, começarão a ocorrer imediatamente", disse Trump em uma postagem no Truth Social.

A Comissão Europeia, por sua vez, disse nesta segunda-feira que ofereceu um acordo tarifário "zero por zero" para evitar uma guerra comercial com Trump, com os ministros da União Europeia concordando em priorizar as negociações, mas ao mesmo tempo preparando contramedidas.

O primeiro pregão da semana foi marcado por forte volatilidade, principalmente no final da manhã, após notícia -- negada pela Casa Branca -- de que Trump estaria avaliando uma pausa de 90 dias nas tarifas a todos os países exceto a China, o que fez o Ibovespa e o S&P 500 flertarem com o sinal positivo.

"Notícia falsa", disse a Casa Branca, o que fez com que os pregões voltassem ao território negativo. O S&P 500 ainda voltou a flertar com o azul antes de fechar em baixa de 0,23%.

Em coletiva de imprensa na Casa Branca, Trump reforçou que não pensa em fazer uma pausa nas tarifas para permitir negociações com parceiros comerciais, mas disse que deve conversar com a China, o Japão e outros países sobre as tarifas.

"O tema das políticas tarifárias de Trump continua sendo o principal fator de risco", afirmou o especialista em investimentos Bruno Shahini, da Nomad, em nota por email, acrescentando que a sessão desta segunda-feira foi marcada por forte volatilidade nos mercados.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) recuou 3,97% e PETROBRAS ON (BVMF:PETR3) perdeu 5,57%, em meio a preocupações com pressões para que a estatal corte os preços dos combustíveis em meio ao tombo do petróleo. Fonte afirmou à Reuters que o ministro de Minas e Energia pediu à presidente da companhia para analisar um novo corte no valor médio do diesel vendido às distribuidoras. No exterior, barril de Brent cedeu 2,09%.

- VALE ON (BVMF:VALE3) caiu 1,2%, acompanhando os futuro do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian fechou o dia com queda de 3,36%, a 762,5 iuanes (US$104,31) a tonelada, tendo como pano de fundo os receios com o desfecho da troca de tarifas entre Washington e Pequim.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) subiu 0,19%, em meio a um fechamento sem direção única das ações do bancos no Ibovespa. BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) cedeu 1,67%, BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) perdeu 1,07% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) caiu 0,45%. Mas BTG PACTUAL (BVMF:BPAC11) UNIT avançou 1,91%, com agentes também acompanhando noticiário sobre o Banco Master, que teve parte comprada pelo Banco de Brasília (BRB).

- MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) encerrou o dia em baixa de 6,37%, também pressionada pelo movimento mais vendedor na bolsa, além de algum aumento nas taxas dos contratos de DI com prazos mais longos, em dia de alta do dólar ante o real. Após o fechamento, o Mercado Livre (NASDAQ:MELI) anunciou R$34 bilhões em investimentos no Brasil em 2025. O índice do setor de consumo na B3 (BVMF:B3SA3) recuou 1,37%. Na contramão, NATURA&CO ON (BVMF:NTCO3) subiu 2,84%.

- IRB (BVMF:IRBR3)(RE) ON valorizou-se 2,66%, recuperando parte da queda expressiva da sexta-feira, quando terminou com um tombo de mais de 8%.

- SLC AGRÍCOLA ON subiu 1,03%, após recuar nos três pregões anteriores. O Citi cortou a recomendação da ação para "neutra", citando forte valorização recente -- no ano o papel ainda sobe quase 7% -- e ausência de gatilhos atrativos de curto prazo. O preço-alvo seguiu em R$21 -- acima do fechamento desta sessão, de R$18,72 -- e os analistas do banco também afirmaram esperar que a SLC apresente números melhores em 2025.

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