Por Leandro Manzoni e Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - O Ibovespa opera abaixo dos 120 mil pontos e o dólar ficou acima dos R$ 5,30, após a disparada dos juros de 10 anos do título público dos EUA - Treasuries - em meio a dados acima do previsto da inflação americana divulgados na manhã desta quarta-feira (12). A aversão ao risco é predominante nos mercados internacionais desde ontem, com os investidores temendo que uma aceleração inflacionária leve à uma política monetária mais dura do Fed.
Às 16h26, o principal índice acionário recuava 2,73% a 119.609 pontos, próximo à mínima do dia, com R$ 21,63 bilhões de volume negociado. O dólar também acentuou a alta, para R$ 5,3009, avanço de 1,55%, próximo à máxima do dia.
O recrudescimento do pessimismo vem após o juros de 10 anos das Treasuries se aproximar de 1,7%, atingindo 1,695%. Neste momento, o yield diminuiu a alta, sendo cotado a 1,683%, alta de 3,72%. Esse movimento afetou os índices americanos, que também renovaram as mínimas, com Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuando respectivamente 1,87%, 2,08% e 2,59%.
Inflação nos EUA
Os juros dos títulos de 10 anos reagem à inflação americana divulgada hoje, que veio acima da previsão dos economistas. Os analistas do ING avaliam, em relatório, que há evidências de que a inflação ocasiada pela disrupção da oferta de alguns produtos está se difundindo pela cadeia de preços americanas, aumentando as dúvidas de que o Federal Reserve manterá o posicionamento de elevar as taxas de juros somente em 2024
A inflação americana medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve alta de 0,8% em abril, acima do consenso de 0,2% e da leitura anterior de 0,6%.
Na base anual, o indicador acumulou alta de 4,2%, acima das expectativas de 3,6% e da leitura de março de 2,6%.
Já os núcleos do IPC na base mensal e anual subiram 0,9% e 3%, respectivamente, contra consenso de 0,3% e 2,3%.
Se comprovada a retomada da economia e do pleno emprego, com inflação em alta, os analistas do ING acreditam que o Fed possa elevar as taxas de juros a partir do primeiro trimestre de 2023, em vez do início de 2024, como projetado pela autarquia.