Por Paula Arend
SÃO PAULO (Reuters) - O contrato futuro do Ibovespa com vencimento mais curto recuava cerca de 2% nesta quinta-feira, ainda pressionado pelas preocupações acerca da rápida disseminação do novo coronavírus fora da China, em razão do potencial efeito negativo no crescimento econômico global.
Por volta das 9:30, o contato do Ibovespa para abril caía 2,2%, a 103.710 pontos.
Na véspera, na volta do feriado do Carnaval, o Ibovespa à vista (BVSP) fechou em queda de 7%, maior declínio percentual desde 2017, ajustando-se ao forte declínio nos mercados globais no começo da semana por temores sobre a propagação do vírus.
"Os mercados devem operar com muita volatilidade e nervosismo nos próximos dias", afirmou a equipe do BTG Pactual (SA:BPAC11), citando que investidores ainda avaliam o impacto que o coronavírus pode ter no crescimento global e, mais importante sobre os crescimentos dos lucros projetados de muitas empresas.
Em nota a clientes distribuída pela área de gestão de recursos do banco nesta quinta-feira, o BTG ressaltou que o foco dos investidores será nos estímulos monetários e fiscais e quão rápida e eficiente será a sua atuação.
Na quarta-feira, o Brasil confirmou o primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus em um paciente de São Paulo que esteve na Itália, país europeu mais afetado pelo surto da doença, surgida no final do ano passado na China.
No Brasil, agentes financeiros também citam aumento do risco político, com nova polêmica entre o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso, após ele compartilhar vídeo que convoca a população a participar de manifestações contra os parlamentares em meados de março.
"O temor é que possa haver algum impacto no calendário de aprovação das reformas", destacou a equipe da XP Investimentos.