Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa não mostrava uma tendência clara nesta quarta-feira, conforme agentes financeiros permanecem na expectativa da decisão do Banco Central brasileiro no começo de agosto, enquanto a temporada de balanços acaba de começar no Brasil.
Às 11:25, o Ibovespa caía 0,07 %, a 117.757,1 pontos, já tendo oscilado entre a mínima de 117.116,82 pontos e a máxima de 117.929,04 pontos. O volume financeiro somava 4,5 bilhões de reais.
De acordo com profissionais do mercado, faltam novos catalisadores para outro rali na bolsa, mas também não há razões claras para vendas, além de eventuais ajustes.
O ritmo, porém, pode mudar com as últimas apostas para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic, no dia 2 de agosto, dado que ainda não há consenso sobre o desfecho, e safra de resultados das companhias no país.
Antes, contudo, as atenções devem ficar voltadas para a reunião de política monetária do Federal Reserve na próxima semana, em particular sinais sobre os próximos passos, uma vez que a previsão é de mais um aumento no encontro do final do mês.
Em Wall Street, o S&P 500 avançava 0,48%, com a temporada de resultados também ocupando as atenções.
"Nos últimos dias, o Ibovespa tem assistido os mercados americanos marcarem novas máximas na esperança de que esse tom otimista internacional chegue por aqui. Até o momento os investidores só esperaram", afirmaram analistas do Itaú BBA.
Em relatório a clientes, porém, eles observaram que o tom otimista começou a dar sinais de fim do movimento de realização de lucros em algumas ações. "A expectativa é que esse movimento se espalhe para as demais ações", acrescentaram.
DESTAQUES
- VALE ON (BVMF:VALE3) cedia 0,07%, a 67,37 reais, mesmo após reportar na véspera que a sua produção de minério de ferro subiu 6,3% no segundo trimestre ante um ano antes, para 78,74 milhões de toneladas, enquanto a comercialização avançou apenas 0,9% na mesma comparação, com a companhia se recuperando de restrições no embarque enfrentadas no primeiro trimestre. A negociação das ações tinha como pano de fundo a queda dos futuros do minério de ferro na China.
- WEG ON (BVMF:WEGE3) subia 0,17%, a 36 reais, distante dos ganhos da abertura, quando chegou a 37,08 reais, em dia de divulgação do resultado do segundo trimestre, com lucro líquido de 1,37 bilhão de reais, alta de 50% sobre o desempenho de um ano antes, impulsionada por redução de pressão de custos com matérias-primas como cobre e aço e demanda positiva nas regiões onde atua. A companhia anunciou ainda dividendos intermediários de 609,3 milhões de reais e um programa de recompra de ações.
- GPA (BVMF:PCAR3) ON caía 4%, a 21,6 reais, corrigindo parte da alta nos ajustes finais do pregão da terça-feira após notícia sobre nova oferta envolvendo sua participação no colombiano Éxito. Após o fechamento, o GPA disse que recebeu uma nova oferta do bilionário colombiano Jaime Gilinski, desta vez por 51% do capital do Éxito pelo valor de 586,5 milhões de dólares. Gilinski havia proposto inicialmente a aquisição de 96,52% do Éxito por 836 milhões de dólares, em oferta que foi rejeitada.
- ALPARGATAS PN (BVMF:ALPA4) recuava 2,16%, a 9,07 reais, corrigindo parte da alta acumulada de 6,55% das últimas duas sessões.
- EZTEC (BVMF:EZTC3) ON caía 2,16%, a 19,52 reais, também em meio a ajustes após um começo de semana mais positivo, com alta acumulada de mais de 3% até a véspera. O índice do setor imobiliário na B3 (BVMF:B3SA3), que inclui ainda papéis de empresas de shopping centers, recuava 0,67%.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) mostrava acréscimo de 0,55%, a 28,99 reais, em dia de alta dos preços do petróleo no mercado externo. No setor, 3R PETROLEUM ON (BVMF:RRRP3) avançava 2,9% e PRIO ON ganhava 1,32%.
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) tinha variação positiva de 0,21%, a 28,33 reais, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) perdia 0,12%, a 16,55 reais.
(Por Paula Arend Laier)