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Ibovespa recua após dados de emprego dos EUA

Publicado 07.06.2024, 11:16
Atualizado 07.06.2024, 13:20
© Reuters.
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa retomava o viés negativo nesta sexta-feira, após uma trégua na véspera, reagindo a números mais fortes do que o esperado sobre a criação de empregos nos Estados Unidos em maio, o que mostra um mercado de trabalho robusto e pode adiar um amplamente aguardado corte de juros na maior economia do mundo.

Por volta de 10h55, o Ibovespa cedia 0,75%, a 121.981,32 pontos, depois de avançar mais de 1% na quinta-feira, encerrando uma série de seis pregões de baixa. Na mínima até o momento, chegou a 121.572,17 pontos. O volume financeiro somava 3 bilhões de reais.

O relatório do Departamento do Trabalho norte-americano mostrou que foram abertas 272.000 vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado, enquanto economistas consultados pela Reuters previam criação de 185.000 postos de trabalho, com as estimativas variando de 120.000 a 258.000.

Os dados, porém, incluíram um aumento na taxa de desemprego de 3,9% em abril para 4,0% em maio, rompendo um limite simbólico abaixo do qual a taxa de desemprego havia se mantido por 27 meses consecutivos.

De acordo com o estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves, a primeira leitura é de que mercado de trabalho segue resiliente, com aumentos de salários acima da inflação e, sendo assim, o consumo tende a continuar aquecido, dificultando o controle da inflação.

"E, portanto, cortes de juros se tornariam menos viáveis", acrescentou em comentário a clientes, ponderando que os dados dos meses anteriores de março e abril foram revisados para baixo e que a qualidade dos postos de trabalho também pode ser questionada.

Em Nova York, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, cedia 0,14%, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA mostrava 4,4276%, de 4,281% na véspera.

 

DESTAQUES

- VALE ON (BVMF:VALE3) recuava 0,85%, sofrendo com a piora generalizada da confiança dos investidores, apesar da alta dos futuros do minério de ferro na China pelo segundo dia. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou o dia com aumento de 0,72%, a 839,5 iuans (115,90 dólares) a tonelada, após subir quase 1% na quinta-feira. A União e os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo também apresentaram na véspera uma contraproposta no valor de 109 bilhões de reais para que seja celebrado um acordo com as mineradoras Samarco, Vale e BHP, responsáveis pelo rompimento da Barragem de Fundão, em 2015.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) era negociada em baixa de 0,26%, tendo como pano de fundo um comportamento comedido do petróleo no exterior, com o barril de Brent mostrando acréscimo de apenas 0,23%. A estatal também informou na quinta-feira que sua diretoria executiva aprovou a reativação da sua fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A. (ANSA), localizada no Paraná, que está hibernada desde 2020. A previsão é de que a operação da ANSA seja reiniciada no segundo semestre de 2025.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) perdia 0,38%, também sofrendo com o "mau humor" após os dados de emprego dos EUA, mas BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) subia 0,15%,

© Reuters. Painel de cotações na B3 
06/07/2023 
REUTERS/Amanda Perobelli

- MRV&CO ON mostrava declínio de 2,6%, em dia de queda generalizada em construtoras, na esteira da alta das taxas futuras de juros no Brasil, acompanhando o movimento dos Treasuries após os dados norte-americanos. O índice do setor imobiliário da B3 (BVMF:B3SA3) recuava 1,12%.

- SABESP ON (BVMF:SBSP3) registrava queda de 2,9%, no segundo pregão seguido de baixa, após forte valorização nos dois pregões anteriores. Os papéis permanecem sensíveis a movimentos relacionadas à oferta de ações que irá privatizar a companhia de saneamento básico e é aguardada para meados do ano pelo governo do Estado de São Paulo, atual controlador.

- SUZANO (BVMF:SUZB3) ON avançava 1,99%, entre as poucas altas do Ibovespa na sessão, uma vez que se favorece de um dólar mais forte frente ao real, movimento puxado pelos dados dos EUA.

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