Ibovespa recua com novo tombo de Americanas e fraqueza em commodities

Publicado 16.01.2023, 10:05
Atualizado 16.01.2023, 14:00
Ibovespa recua com novo tombo de Americanas e fraqueza em commodities

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava mais de 1% nesta segunda-feira, com Americanas voltando a despencar após conseguir proteção contra credores, em decisão que inclui prazo de 30 dias para pedir recuperação judicial, tendo como pano de fundo um ambiente externo também menos favorável a ativos de risco.

Às 12:16, o Ibovespa caía 1,42 %, a 109.343,06 pontos. O volume financeiro somava 6 bilhões de reais, afetado pela ausência de negócios nas bolsas norte-americanas em razão de feriado nos Estados Unidos.

Na visão da equipe da corretora Commcor, com feriado de Martin Luther King nos EUA, a semana começa com as atenções novamente voltadas à situação da Americanas e aos desdobramentos do pacote fiscal anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na semana passada.

Em relação à Americanas, a Commcor avalia que o mercado pode ficar ainda mais avesso ao papel após liminar suspendendo vencimentos antecipados, "uma saída delicada, mas que visa proteger a empresa". "Naturalmente, credores já começam a expor o desconforto com a situação", afirmou em nota a clientes.

Quanto às medidas econômicas, a corretora mencionou que investidores receberam com desconfiança as projeções de Haddad e que uma série de questões envolvendo o tema ainda não permite "apostar na animadora intenção do novo ministro".

Análise técnica da equipe do Itaú BBA disse que o Ibovespa abriu espaço para um movimento de realização de lucros no último pregão e encontrará próximos suportes em 108.100 e 106.700 pontos. "Do lado da alta, o grande desafio da semana será superar a região dos 113.800", afirmaram Fábio Perina e equipe.

DESTAQUES

- AMERICANAS ON desabava 39,05%, para 1,92 real, renovando mínima histórica intradia a 1,85 real, enquanto agentes financeiros avaliam desdobramentos das inconsistências contábeis de 20 bilhões de reais, com a empresa conseguindo liminar de proteção contra credores na última sexta-feira. Na quarta-feira passada, antes do anúncio sobre os problemas fiscais, com renúncia do recém-empossado presidente-executivo, os papéis da Americanas valiam 12 reais. No setor, MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) disparava 10,2%, VIA ON saltava 13,5% e MERCADO LIVRE (NASDAQ:MELI) avançava 5,7%.

- BTG PACTUAL (BVMF:BPAC11) UNIT recuava 3,51%, a 21,43 reais, em meio a receios sobre a exposição do banco de investimentos às dívidas da Americanas. No fim de semana, o BTG recorreu da liminar que protege a varejista de credores. Analistas vinham chamando a atenção para a exposição do banco e de outras instituições financeiras à companhia. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) caía 0,85% e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) perdia 2,27%.

- AMBEV ON (BVMF:ABEV3) mostrava declínio de 3,1%, a 13,45 reais, contaminada pelo caso Americanas. Os acionistas de referência da varejista também controlam a fabricante de bebidas. O Morgan Stanley (NYSE:MS) reforçou recomendação 'underweight' para os papéis da Ambev, com preço-alvo de 12 reais (de 12,50 reais antes), esperando números fracos para o quarto trimestre, mas também enxergando riscos para o resultado por razões como os ambientes macroecômico e concorrencial no Brasil.

- C&A (BVMF:CEAB3) ON disparava 16,05%, a 2,82 reais, chegando a 3,13 reais no melhor momento, após o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, publicar que a Lojas Renner tem negociações preliminares para a compra da C&A no Brasil. Procuradas pela Reuters, a Lojas Renner não comentou de imediato e a C&A disse que "não comenta rumores ou especulações de mercado". LOJAS RENNER ON (BVMF:LREN3) cedia 0,99%, a 19,940 reais.

- EMBRAER ON (BVMF:EMBR3) subia 2,73%, a 16,18 reais, após divulgar que recebeu pedido firme para 15 novos aviões E195-E2, avaliado em 1,17 bilhão de dólares a preço de lista. A fabricante de aeronaves não divulgou o comprador, e afirmou que o pedido será adicionado à carteira do quarto trimestre de 2022.

- VALE ON (BVMF:VALE3) caía 2,47%, a 91,5 reais, na esteira do recuo dos preços futuros de minério de ferro na Ásia, com relatos de aumento nas mortes por Covid-19 na China renovando as preocupações com a demanda. O contrato de minério de ferro mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou as negociações diurnas com queda de 4,3%. Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência de fevereiro recuou 4,4%.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) perdia 1,91%, a 24,1 reais, em dia de queda dos preços do petróleo no exterior, com o Brent cedendo 1%.

- BR PROPERTIES ON avançava 3,95%, a 6,31reais. A GP Investments comunicou na madrugada de sábado acordo com a THB que inclui uma oferta pública de ações (OPA) para comprar 100% do capital da BR Properties (BVMF:BRPR3) ao preço de 1,60 real por papel.

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(Por Paula Arend Laier; Edição Aluísio Alves)

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