Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta segunda-feira, pressionado pelo declínio das ações da Vale na esteira do tombo do minério de ferro no exterior, enquanto Petrobras continuava debilitada pelo aumento da percepção de risco após a decisão de não distribuir dividendos extraordinários.
Às 10h56, o Ibovespa caía 0,48%, a 126.460,92 pontos. O volume financeiro somava 4,4 bilhões de reais.
A equipe da XP Investimentos (BVMF:XPBR31) destacou que a atenção dos analistas de mercado nesta semana esta voltada para dados de inflação ao consumidor dos Estados Unidos e no Brasil, ambos previstos para a terça-feira e "importantes para avaliar os próximos passos da política monetária nos dois países".
Em Nova York, o S&P 500 cedia 0,36%, refletindo certa cautela antes da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que sairá no próximo pregão.
Análise gráfica da BB Investimentos afirmou que "o movimento atípico do pregão da última sexta-feira, influenciado pela queda acentuada da Petrobras no contexto da expectativa de menores dividendos, fez com que o Ibovespa perdesse seu suporte mais relevante dos 128 mil pontos e testasse a faixa dos 126 mil, zona de precificação testada anteriormente em janeiro".
"Caso esse rompimento de suporte seja confirmado no início desta semana, o conjunto de indicadores rastreadores de tendência aponta um viés de baixa para a semana", avaliaram os analistas do BB em nota enviada a clientes.
DESTAQUES
- VALE ON (BVMF:VALE3) caía 3,01%, a 64,02 reais, contaminada pelo declínio dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou as negociações do dia com recuo de 5,41%. A mineradora também divulgou no final da sexta-feira que o presidente Eduardo Bartolomeo manterá seu cargo até o final de dezembro deste ano.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançava 0,19%, a 36,19 reais, com investidores ainda avaliando os potenciais riscos envolvendo a decisão da estatal sobre dividendos extraordinários, após os papéis desabarem na sexta-feira. Analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) mantiveram a recomendação de "compra" para os papéis, mas reconheceram que aumentou o risco de se investir na companhia após os eventos recentes e cortaram o preço-alvo das ações. No exterior, o petróleo Brent cedia 1,15%.
- 3R PETROLEUM ON (BVMF:RRRP3) avançava 2,05%, a 28,84 reais, PETRORECONCAVO ON subia 2,53%, a 21,91 reais, ainda beneficiando-se das avaliações sobre Petrobras. PRIO ON (BVMF:PRIO3), que também divulgou balanço na sexta-feira à noite, tinha variação positiva de 0,65%, a 44,99 reais.
- DEXCO ON (BVMF:DXCO3) registrava elevação de 1,46%, a 8,32 reais, engatando a segunda alta seguida, após forte correção em meio à divulgação do balanço trimestral na semana passada.
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) ganhava 0,18%, a 34,16 reais, e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) subia 0,07%, a 13,85 reais, enquanto BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) cedia 1,06%, a 57,20 reais, afetado pelo aumento de preocupações envolvendo estatais após decisão da Petrobras sobre dividendos.