Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta pelo terceiro pregão seguido nesta terça-feira, superando 78 mil pontos, favorecido pelo cenário externo benigno, enquanto permanecem as especulações sobre o desfecho da disputa presidencial.
O principal índice da bolsa paulista subiu 1,99 por cento, a 78.313,96 pontos, maior patamar de fechamento desde 29 de agosto. O volume financeiro somou 11,184 bilhões de reais.
No exterior, os Estados Unidos confirmaram planos de novas tarifas a produtos chineses, mas o percentual de 10 por cento a partir de 24 de setembro ficou abaixo do sinalizado inicialmente pela administração de Donald Trump.
A China respondeu com novas medidas tarifárias a itens norte-americanos, mas o movimento não chegou a minar o humor nos mercados globais, uma vez que ambas as decisões eram aguardadas.
Em Wall Street, o S&P fechou com acréscimo de 0,54 por cento.
No Brasil, o pregão terminou com agentes financeiros na expectativa da divulgação de pesquisa Ibope sobre intenções de voto prevista para a noite desta terça-feira.
Agentes financeiros têm recebido positivamente o fortalecimento de Jair Bolsonaro (PSL), que vem liderando as pesquisas, também nas simulações do segundo turno, embora sigam atentos ao desempenho dos candidatos com perfil mais à esquerda.
Em nota a clientes, a corretora Brasil Plural (SA:BPFF11) citou que Fernando Haddad (PT) tem se beneficiado com a transferência dos votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e avalia que ainda há espaço para ele seguir sua trajetória de alta.
O gestor Igor Lima, sócio na Galt Capital, observou ainda que já se propagam, mesmo que de forma ainda muito incipiente, sinalizações de um viés mais "pró-mercado" por parte de Haddad. "Mas acho muito prematuro começar a incorporar isso nos preços."
DESTAQUES
- VALE valorizou-se 4,18 por cento, principal contribuição positiva para o Ibovespa. No mês, a ação da mineradora acumula alta de quase 7 por cento. BRADESPAR PN (SA:BRAP4), que concentra investimentos na Vale (SA:VALE3), encerrou com elevação de 3,92 por cento.
- GERDAU PN (SA:GGBR4) fechou em alta de 6,65 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa, seguida por USIMINAS PNA (SA:USIM5) encerrando em alta de 5,12 por cento. CSN (SA:CSNA3) avançou 3,36 por cento.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subiu 4,38 por cento, na esteira do avanço do petróleo no exterior, enquanto o papel também segue influenciado por apostas sobre o desfecho da corrida eleitoral.
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) fechou com acréscimo de 0,81 por cento, mas ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) cedeu 0,09 por cento, enquanto BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) saltou 4,46 por cento e SANTANDER BRASIL avançou 2,47 por cento.
- VIA VAREJO UNIT (SA:VVAR11) ganhou 4,88 por cento, com o setor de consumo como um todo no azul e ainda tendo como pano de fundo operações ligadas à conversão dos papéis em ações ordinárias no âmbito da migração da dona das redes Pontofrio e Casas Bahia para o Novo Mercado.
- SUZANO PAPEL E CELULOSE caiu 4,24 por cento, sendo o destaque negativo do Ibovespa e tendo no radar a precificação na véspera da captação de um bilhão de dólares em bônus no mercado internacional, como parte dos esforços para pagar a compra da rival Fibria (SA:FIBR3).
- CIELO recuou 2,33 por cento, com a empresa se movimentando para enfrentar a rival PagSeguro (NYSE:PAGS) entre pequenas e micro empresas. A maior processadora de pagamentos do país anunciou nesta terça-feira que começará a vender celulares que funcionam como leitores de cartões de crédito e débito.